O Conselho das Mulheres na Arábia Saudita só Tem Homens

No reino dos sabres, que fazem rolar, às sextas feiras, as cabeças dos condenados à morte depois de decepadas ,há um Conselho das Mulheres.

O Conselho das Mulheres é composto exclusivamente por homens. Os homens no poder na dinastia Saud entregaram aos homens a composição do Conselho das Mulheres.

As mulheres ficam numa sala adjacente. Pode ser que os homens precisem, em última instância… e há que as ter por perto, numa sala ao lado, uma espécie de proteção dos olhares dos homens sauditas…

As mulheres na Arábia Saudita não têm que se preocupar com os assuntos que lhes dizem respeito; os seus tutores homens encarregam-se disso.

E para que não haja qualquer tentação ou qualquer ideia subversiva de igualdade entre homens e mulheres quando o Conselho das Mulheres reúne elas ficam numa sala onde acedem aos homens, se eles decidirem, por via da internet.  É este o estatuto das mulheres na Arábia Saudita.

A Mulher que Cozinha Cabeças de Jiadistas e as Dá a Comer

A mulher que cozinha a cabeça dos jiadistas mortos pelas forças iraquianas do governo chama-se Wahida Mohamed ou Um Hanadi, nome de guerra.

Desde 2004 que combate os terroristas jiadistas lutando ao lado dos setenta homens das forças de segurança, tendo se especializado em cozinhar as cabeças dos mortos e a queimar os seus corpos.

A notícia do Jornal de Notícias de 30/09/2016 dá conta da admiração que nutrem pelo seu empenho.

Há uns tempos atrás as notícias dos media informavam que os jiadistas do Daesh arrancavam o fígado e o coração aos combatentes aprisionados ou mortos e que comiam essas vísceras.

As notícias pouco mais diziam. Caíam tal-qualmente. Depois o silêncio que tomba sobre cada um com notícias como estas.

De um lado a alegria do festim orgíaco das forças governamentais e da coligação a comer as cabeça cozinhadas pela Um Hanadi, veterana destes preparativos e, do outro lado da barricada, A mesma festa cozinhada de fígados e de corações de gente morta ou assassinada pelos jiadistas.

Esta guerreira dos governamentais iraquianos tem um grande orgulho em ser procurada pelos líderes jiadistas do Daesh. Segundo a notícia já assassinaram os seus dois maridos e os três irmãos.

Não há guerras boas. Todas são horríveis. Todas. Todas. Geram monstruosidades. E monstros.

Há , porém, guerras que pelo seu grau de crueldade ainda nos deixam sufocados pelo impacte da sua desumanidade e barbaridade.

Um Hanadi à custa de tanto cozinhar cabeças muito provavelmente despojou-se da sua qualidade de ser humano. Provavelmente nem repara que os olhos vidrados dos mortos são de seres humanos.

Os terroristas jiadistas em nome de Alá que nem sequer foi ouvido ou deu qualquer ordem que se conheça cozinham e comem fígados de outros seres humanos; segundo a sua religião filhos de um mesmo deus.

Quem se atreve a dar razão a um dos lados?

Será que as armas que ela empunha são made in USA ou Israel ou Saudi Arabia? Será que as armas dos jiadistas do Daesh não terão a mesma origem?

Há que combater a barbárie. Sem dúvida. Mas a barbárie não se combate com barbaridades.

Um Hanadi ficou sem os seus dois maridos e seus irmãos, assassinados pelo Daesh.  Que também lhe mataram as ovelhas e os pássaros que ela tinha.

Um Hanadi tinha pássaros e cozinhava cabeças. Tinha ovelhas e queimava corpos. Tanta humanidade em tanta desumanidade.

Se não se acabar com as guerras elas irão levar-nos a comer uns aos outros. Não se esqueçam Um Hanadi tinha pássaros e ovelhas. Que por serem dela os terroristas jiadistas mataram.

Blair – Desprezível

O relatório Chilcot sobre o papel de Tony Blair na invasão do Iraque é elucidativo  do desvario de dirigentes como George W. Bush, Tony Blair, Aznar e os sargentos-ajudantes Barroso e Portas.

Esta comandita logrou levar a cabo destruição do Iraque, semeando choque e pavor, arrastando para o caos o Médio-Oriente, o mundo árabe e o muçulmano.

Só mentes perversamente doentias e passíveis de responsabilidade criminal o fariam, tal o grau e a intensidade do dolo na preparação e na execução da guerra.

A guerra ceifou a vida a pelo menos cento e cinquenta mil iraquianos, segundo o relatório John Chilcot. Transformou o Iraque num inferno.

Criou condições para o aparecimento do jiadismo e a organização bárbara do Estado Islâmico.

Sem a guerra, o mundo árabe enfrentaria sérios problemas que se arrastam há décadas, mas não viveria esta desordem sem fim à vista que vai consumindo vidas por ações terroristas que continuam a ameaçar tudo e todos.

A vida no Iraque, no mundo árabe e muçulmano, é hoje bem pior de ser vivida que antes da invasão.

O mundo é muito mais inseguro.

Além de que a fundamentação para a guerra não passava de uma mentira repetida até á exaustão. Portas viu as armas de destruição massiva, regressado, então, dos EUA. Barroso, outro que tal, abriu os Açores à infâmia, hospedando os aventureiros do belicismo, envergonhando o país de Abril.

Espanta que Blair venha agora dizer que o mundo é mais seguro. O sentido de honra deste cavalheiro é próprio daqueles seres desprezíveis que abundam nas obras de Shakespear. Blair e Cª povoarão as páginas da História como seres desavergonhados ao serviço dos fabulosos lucros do mundo do petróleo.

Que ninguém se esqueça: A guerra violou a Carta das Nações Unidas, sendo ilegal. Barroso e Portas portaram-se como sargentos-ajudantes do trio dos fora da lei: Bush, Blair e Aznar. Envergonhando Portugal.

Cuidado com o Chicote Não Espreite o Telefone do Marido

No passado mês de Maio foi publicada uma nova lei na Arábia Saudita que aplica penas de multa, prisão ou e chicotadas às mulheres que metam o nariz no telefone do marido.

A notícia não é totalmente clara quanto à graduação da aplicação daquelas penas, mas a moldura penal para as infratoras está determinada e vai desde a multa até à prisão com ou sem chicotadas.

Nada acontece ao marido que, sem consentimento, espreite o telefone das suas mulheres a não ser passar a ter conhecimento do conteúdo das comunicações, sendo que o pronome possessivo “suas” tem rigorosamente o seu valor semântico em toda a plenitude.

Depois de não poderem sair sozinhas, de não poderem conduzir automóveis, ficam agora sujeitas a estas penas se ousarem meter o nariz nos telemóveis do marido.

A Arábia Saudita de orientação sunita wahabita deixa o mundo estupefacto. Com efeito no Reino do petróleo metade da população vive em condições que em grande parte têm similitudes com as descritas por Montesquieu no seu livro ”Cartas Persas” publicado em 1721, isto é, num verdadeiro serralho.

Poderiam os costumes numa sociedade profundamente desigual continuarem a ser dominantes e na prática as mulheres serem severamente censuradas por acederem aos telefones do marido.

Mas as autoridades sauditas não se quiseram ficar por aí; quiseram impor à população feminina a submissão legal, e não apenas consuetudinária; as mulheres são uma espécie de ser de segunda categoria.

As mulheres através de lutas gigantescas conseguiram alcançar direitos e hoje lutam pela igualdade de facto com os homens, sendo que a lei em geral lhes reconhece os mesmos direitos.

Quando os governantes ocidentais em fila se deslocam à Arábia Saudita para lhe vender armas e tecnologia “esquecem” que ao pisarem aquela terra as mulheres são tratadas sem o mínimo de dignidade fruto de um regime absolutista. Se fosse na vizinha Síria ai-jesus quantas campanhas já tinham sido desencadeadas.

É revoltante que, face a violações tão brutais dos direitos humanos, impere este silêncio de chumbo no hemisfério ocidental sempre tão lesto a posicionar-se em relação aos direitos humanos nos países que não alinham na orientação dominante.

Na verdade a Arábia Saudita de cima dos seus petrodólares nas Bolsas de Nova Iorque, Londres, Berlim, Paris e Hong-Kong sabe o peso que tem e quer confrontar os seus aliados com essa situação publicando uma lei que envergonha os próprios aliados.

No fundo Riad passa ao mundo esta mensagem: ou estão comigo e com todas estas barbaridades ou não há petrodólares para ninguém.

O poder do dinheiro é tremendo, já se sabia. Mas exercer esse poder desta forma tão brutal é um novo desafio ao mundo.

À sexta em Riad os sabres cortam cabeças; diariamente as mulheres não saem sozinhas, não podem conduzir, não podem espreitar os telefones do marido sob pena de multa, cadeia e chicotadas…Em Raqqa, em Mossul, não deve ser muito diferente.

Nas cidades do Daesh há a escravatura sexual das minorias; na Arábia Saudita mulheres filipinas, indianas, paquistanesas ficam sem passaporte e penam a vida inteira.

Esta lei não é mais grave que outras acima referidas; é mais um passo na ignomínia de impedir que a maioria da população tenha os direitos que a minoria tem.

Aguarda-se que os muftis defensores desta enormidade apareçam a alegar que se as mulheres não conhecerem as infidelidades do marido serão mais felizes. Quem sabe? Houve os que defenderam que não deviam conduzir para não molestar os ovários…

Este é um poder de tipo absolutista, próprio dos regimes despóticos e brutais…por mais armas que comprem. Quem as vende e cala, alinha.

As Virtudes e os Vícios no Reino Saudita

Na Arábia Saudita a sharia tem no “Comité para a Prevenção da Virtude e a Prevenção do Vicio” composto pela polícia religiosa, os muttawin, um fortíssimo braço protetor.

O conselho de Ministros da Arábia Saudita retirou (é o que relata a imprensa) àqueles virtuosos o poder de deter e interrogar os criminosos infratores e atribuiu essas funções à polícia e às unidades de combate à droga.

Os muttawin continuam vigilantes, ativos e quando se trata de deter e interrogar encarregam outras polícias.

A notícia surge com um avanço liberalizador da ditadura mais absolutista do Golfo.

Porém vale a pena pensar no embuste. Os muttawin continuam a policiar? Continuam.

Só que a detenção de pessoas infratoras passa para outros “promotores das virtudes”- a polícia, incluindo a do combate ao tráfico de droga.

E que virtudes promovem todos estes virtuosos? Impedem as mulheres de andar na rua sem um homem que as guarde, de conduzirem, de não taparem integralmente o rosto. Isto no que se refere aos anjos da guarda das mulheres.

Impedem os homens de conduzir automóveis com o rádio ligado com o som alto, homens e mulheres de se tocarem, de quem quer que seja de deter ou beber bebidas alcoólicas, e de possuir ou vender produtos não islâmicos.

De acordo com a nova versão quem for denunciado é entregue à polícia ou à unidade de droga. Está-se mesmo a ver o avanço que esta lei representa. Em Portugal nos últimos anos do fascismo deixar de haver PIDE, passou a ser DGS, mas o eixo da atuação era o mesmo.

O adultério entre a população é condenado com a pena de morte, assim como o tráfico de droga.

A família real não entra nestas contas e podem fazer o que lhes der na veneta. Está acima da lei.

Os homens e sobretudo as sauditas continuarão, num dos reinos mais obscuros do planeta, a sujeitar-se as mais brutais iniquidades.

Porém serão detidos e interrogados pelas polícias civis; a polícia religiosa indicará os suspeitos criminosos. Sim, denunciarão toda e qualquer mulher que decida ir ao supermercado sem o seu anjo da guarda masculino; toda e qualquer mulher que conduza; toda e qualquer mulher que não tenha a cara tapada; todo e qualquer cidadão que não feche o estabelecimento comercial à hora das orações.

Os sauditas nunca estão sozinhos. Têm sempre homens a vigiá-los. E a obrigá-los a vigiar as suas mulheres e filhas de modo a que sejam amputadas da liberdade de circulação, de expressão, de se vestirem como queiram, amputados da sua integridade física e moral, isto é, de grande parte da sua alma.

Os promotores das Virtudes especializaram-se em roubar a alma às mulheres sauditas, aniquilando aos homens a possibilidade de desfrutarem de um relacionamento igualitário e de verdadeira comunhão de afetos, isto é, de um autêntico amor. Que importa quem detém e interroga? O que importa é que a mais simples das liberdades (de circular, de se exprimir, de se ser como se é) não existe em reino tão virtuoso e sem vícios.

Os Nossos Mortos de Bruxelas e os Deles de Lahore

Os nossos mortos valem a nossa revolta e o nosso choro. Os mortos inocentes de Bruxelas que iam apanhar os aviões ou o metropolitano morreram às mãos da barbárie.

E o mundo parece ter parado com as explosões das bombas que os suicidas detonaram. O mundo ocidental ergueu-se como um só a condenar os atentados e a dar conta do que é preciso fazer evitar mais atentados.

Cameron, Hollande, Putin, Obama, Rajoy, Junker, Costa, Marcelo , todos à uma, levantaram-se para manifestar a sua indignação pelos mortos de Bruxelas.

Foram crianças, idosos, jovens e homens (cerca de trinta e dois, incluindo os terroristas que também são seres humanos) que pereceram apenas porque naquele dia, àquela hora iam fazer o que tinham de fazer.

Tudo aconteceu ao raiar do dia 22 de Março na capital das instituições europeias às mãos de jovens belgas, alegadamente convertidos ao Islão.

A dor dominou esta Europa que acabava de se fechar para recambiar os refugiados e desterrá-los para a Turquia e desta para a origem.

Na manhã de domingo de Páscoa lá longe, em Lahore, no Paquistão uma bomba matou setenta e duas pessoas vinte e tal crianças) todas festejando a Páscoa.

Segundo Paulo de Tarso, mais conhecido no mundo cristão por São Paulo, na Epístola aos Gálatas dizia …” não há judeus, nem gregos, porque sois um em Cristo…” Mas isso foi há mais de dois mil anos.

E agora há mortos e mortos. Os nossos e os deles.

Há os mortos que põem o mundo totalmente alvoraçado. E há os mortos que merecem uma notícia de roda pé, mesmo sendo irmãos em Cristo.

Segundo São Paulo os homens são todos um em Cristo. Porém para este mundo cristão não é bem assim.

Bruxelas é o quartel da NATO e sede da União Europeia.

Lahore é uma cidade do Paquistão muçulmano e os mortos de Lahore não têm o mesmo estatuto.

São mortos longínquos, ainda se fossem dos EUA ou do Canadá…

Há uma espécie de “ os nossos mortos” e há os deles.

Se um palestiniano for morto, à queima-roupa, por um judeu é normal.

Se um bombardeamento dos aliados dos EUA acertar em cheio num hospital e morrerem dezenas de afegãos é um dano colateral.

A emoção e a dor não é a mesma porque eles não são “ os nossos mortos “ . São os deles.

Há mesmo muitos cristãos que invocam Cristo para o que lhes serve, esquecendo as palavras de Paulo de Tarso.

Mortos. Mortos de primeira e mortos que nem vale a pena lembrar, como os de Lahore, ou do Afeganistão ou da Palestina… Não são “nossos”. São deles.

O Grande Mufti, o Cheique e os Ovários

A notícia divulgada, esta semana, num jornal marroquino deu conta que a tripulação de um avião do Sultanato do Brunei integralmente constituída por mulheres aterrou em Djedda na Arábia Saudita, no dia 23 de Fevereiro, pilotando um Boeing 787 Dreamliner.

Tratava-se de um voo para comemorar o aniversário da independência daquele país. No mundo muçulmano, ao qual o Sultanato pertence, colocar nas mãos de três mulheres um avião cheio de homens e mulheres é um facto relevante.

A comandante e as duas co-pilotos após a aterragem do avião deslocaram-se para o exterior do aeroporto e quando se preparavam para conduzir os veículos colocados à sua disposição foram proibidas de conduzirem porque na Arábia Saudita as mulheres não podem conduzir.

O cheique Saleh AL Luhaidan afirmou que as mulheres que violem estas regras correm o risco de ter filhos anormais devido à pressão sobre os ovários quando conduzem.

O grande mufti, Abdul Azis Abdillah Ali ash- Shaykh argumentou que a proibição se destinava a “proteger a sociedade do mal”.

Mil trezentos e oitenta e quatro anos depois da morte do profeta Maomé, o cheique Saleh devia considerar a hipótese de pelo facto do seu pai ter andado em cima do cavalo, ou do camelo ou sentado a conduzir, ter sofrido pressões sobre os testículos (bem mais no exterior do corpo que a dos ovários) e as mesmas terem tido alguma influência no cérebro do então feto, hoje chefe religioso.

O grande mufti, por outro lado, não esclarece se o mal reside no facto de se conduzir carros e não camelos por exemplo, ou no de as mulheres poderem conduzir.

Dizem os homens sauditas, agradecidos ao grande mufti, que se as mulheres conduzissem podiam provocar um grande mal aos homens –afastarem-se deles a uma grande velocidade, dependendo da cilindrada dos carros.

Sendo o Brunei muçulmano tal como o Irão ou o Paquistão ou a Indonésia ou Marrocos ou a Síria, estranha-se que adorando o mesmo deus, este, a uns autorize a condução e àquele que tem muito mais dinheiro e possibilidades que os outros deixe mais de metade da população à boleia.

É ponto assente que estes chefes religiosos sauditas, filhos de mulheres com os ovários bem protegidos, não cuidaram da parte do cérebro que não está sujeita a pressões, mas apenas a ideias e se lá se depositaram estas sobre os ovários o cérebro vai ficou inundado delas, impedindo a captação de outras.

Só uma sociedade de tipo tribal, retrógrada, a raiar o Califado, é capaz de semelhantes atoardas contra a cultura, a igualdade e a vida em comunidade.

Os dirigentes do Estado Islâmico para além das ajudas em espécie podem encontrar nestes paladinos da proteção inspiração para imporem o seu reino de terror.

São estes dirigentes que, no início do ano degolaram quarenta sete opositores, que fazem chorudos negócios com o Ocidente. E a quem os EUA, A França, a Alemanha, o Reino Unido, a Itália e outros juram fidelidade de parceiros.

A Arábia Saudita pode gastar dinheiro em armamento como quem colhe areia no deserto e pegar nessas armas e distribui-las aos seus agentes na Síria, no Iraque, e pode enviar os seus aviões a bombardear o Iemen ou socorrer os seus pares no Golfo quando as ondas da democracia chegam àquelas paragens.

Este país tem uma riqueza enorme debaixo das areias do Sahara e uma pobreza incalculável de espírito e de civilização dentro das cabeças dos seus dirigentes.

As mulheres muçulmanas do Brunei que levaram no avião homens sauditas e outros , conduzido-os com a mesma segurança dos homens sauditas pilotos de aviação.

É quase certo que muitos homens sauditas teriam adiado a partido se soubessem que seriam pilotados por mulheres. Não era por nada, era por não quererem mal aos ovários das mulheres do Brunei…a compressão dos ovários a dez mil metros de altitude é terrível, mas terrível, terrível é a cabeça destes cavalheiros.

Salvar o Poeta e Artista Ashraf da Ignomínia das 800 Chicotadas – Salvar o Livre Pensamento

O grito do mundo para salvar a vida do poeta e pintor Ashraf Fayadh de origem palestiniana fez os algozes sauditas embainhar os sabres e impedir a ignomínia própria dos mais obscuros absolutistas que reinam em Reinos, Sultanatos, Emiratos ao longo do Golfo que tresanda a petróleo, a injustiça e a medievalismo.

Ashraf Fayadh viu a sentença de morte ser substituída por outra em que é condenado a oito anos de cadeia e 800 chicotadas e renegar publicamente o seu pensamento por blasfémia, apostasia (abandonar a religião muçulmana) e relação ilícita com uma mulher.

Os “crimes provados” contra Ashraf decorrem de ter abandonado a religião que os seus pais lhe transmitiram, de questionar a sharia e o secularismo e de uma eventual relação com uma mulher que pelo teor das notícias não parece de modo nenhum forçada antes consentida por ambos os intervenientes.

Nenhum católico, nenhum cristão, nenhum hindu, nenhum budista tem um templo para orar no reino onde se cortam as cabeças, mas na Europa, onde a maioria da população é cristã, os governantes sauditas enchem os empreiteiros de dinheiro para construírem mesquitas para os muçulmanos poderem orar…

E os muçulmanos só podem casar com cristãos desde que estes abandonem a religião e passem a professar a muçulmana sob pena de deixarem de ter a cabeça entre as orelhas…

A Arábia Saudita é um grande país cheio de petróleo e de que o Ocidente precisa para se abastecer. Ninguém ousará discutir a importância do petróleo, independentemente do preço do barril Brendt…

Seja admitido então que se o petróleo é importante é-o por servir a humanidade nesta fase do seu desenvolvimento. Esta humanidade é uma comunidade de homens e mulheres com direitos e deveres.

Um dos direitos mais básicos de todos os homens e mulheres é professar ou não professar uma crença.

Este direito é um pilar da personalidade de cada indivíduo; algo que não pode ser tocado e muito menos motivo para se ser condenado.

Professar ou não professar uma religião é do ponto de vista da Declaração Universal dos Direitos do Homem algo que está cimentado na comunidade internacional que só a aleivosia de uma monarquia que parou no tempo age para encerrar a sociedade a sete chaves nas catacumbas da opressão.

Há um escopo mínimo a respeitar dentro da comunidade internacional que pode permitir que os cidadãos não vivam à mercê de uma suprema tirania como aquela que inferniza a vida aos sauditas homens e às sauditas mulheres que não podem circular livremente nem a pé nem de carro.

Se Obama, Cameron, Merkel e Hollande colocam o petróleo e a venda de armamento à frente de valores tão singelos como o de professar livremente uma crença que exemplo podem dar ao mundo de que pretendem ser lideres?

O mundo salvou a vida do poeta Ashraf mostrando que o absolutismo também é relativo. Vale a pena agora salvar Ashraf da ignomínia das oitocentas chicotadas. Não há ninguém que não possa dizer ao Rei da Arábia Saudita – Não faça isso! Sobretudo aqueles de quem o Rei depende. Os dirigentes mundiais podem livrar Ashraf desta miserável condenação.

A monarquia pode sofrer do mal de pensar e agir como se a vida fosse sempre como é agora naquele país.

Os ventos da liberdade e da tolerância hão de chegar a todos os reinos, emiratos e sultanatos independentemente dos reis, emires e sultões. Certo e seguro. Não haverá petróleo que lhes valha. Salvemos pois Ashraf da ignomínia das oitocentas chicotadas depois de já lhe termos salvado a vida.