Fotocópias de Azedume en Vert

O trio apresenta-se em grande estilo.

O “justiceiro” vai acabar o mandato sem ter ganho um simples campeonato, mas o certo é que a FIFA, a UEFA, a FPF e provavelmente a Federação Internacional de Futebol de Vénus já tremem só de pensar na sua campanha moralizadora. O  FBI já para cá enviou os seus agentes para aprenderem com ele.

Desde ontem a partir da dezanove horas vê os cães de fila a falarem e no momento certo irá dizer o que já disse e voltará a revelar a revelação já revelada: até o SCP ser campeão é tudo uma roubalheira.

O Diretor de futebol, talvez por causa do nome, virou à machadada em tudo o que sirva para tentar ocultar uma coisa tão simples como esta: um campeonato é feito de trinta e quatro jornadas e ao longo dessas jornadas quem tiver mais pontos é o campeão e o campeão é o melhor. Assim foi e assim há de ser.

Jesus não consegue esconder a azia e a incapacidade de reconhecer o SLB como campeão, quiçá porque a sua megalomania não dá para imaginar que Benfica e Sporting já tinham uma História cheia de glórias, antes de ele ser seu treinador.

O catedrático das táticas e das estratégias recebe diariamente enviados dos maiores clubes do mundo para copiar o que ele doutrina. Que se curvem os insignificantes Mourinho, Ancelotti, Guardiola, Van Gaal, Ranieri, Pelegrini, Conti, ei-lo o grandioso e único mestre, tão grande e tão alto que nem deu conta que o Rui Vitória lhe levou o campeonato…

Na apresentação como treinador do SCP quis inaugurar a nova Era : antes de JJ e depois de JJ. Antes de JJ no SCP imperava a mentalidade da Academia, apesar do número de campeonatos conquistados.

A verdade parece ser esta: não são só os grandes treinadores a copiarem JJ. No SCP o trio copia-se entre si , sem se saber quem está a copiar a quem. Copiam-se. São fotocópias de azedume. C’est la vie, en vert.

 

 

Grosserias Entre Benfica e Sporting

À medida que o campeonato de futebol da 1ª Liga se aproxima do fim o Benfica e o Sporting enchem os media com suspeições e insultos temperados com muito picante.

De um e outro lado sobressai um elevado espírito cristão, pois cada um dá a face ao outro a fim de melhor poder receber as merecidas bofetadas. Há muito tempo que se não assistia a um combate desta grandeza.

Embora os jogos no relvado sejam aos fins- de-semana, os dirigentes e responsáveis de ambos os clubes de boca não esperam por essa coisa menor que é a arte de jogar. O que conta é o míssil opinativo/insultuoso.

Há quem fique com amêndoa atravessadas na garganta e quem não compreende este banzé, como é o caso de António Simões, chocado com este aumento do efeito de estufa por elevação da temperatura global.

António Simões que ficou famoso pelas jogadas mirabolantes que fazia com o seu pé canhoto veio lamentar os insultos recíprocos, pois SLB e SCP representam noventa por cento do país.

Não se faz a mínima ideia do critério que utilizou para chegar àquela percentagem. Se assim fosse Benfica e Sporting deveriam fazer um campeonato a dois, jogando todos os fins-de-semana e os restantes dez por cento um campeonato como o atual, sem os dois açambarcadores.

Com palavras elevadíssimas como estas de António Simões, o futebol sai certamente prestigiado. Só resta dar-lhe razão…” não é com grosserias que se promove o futebol…” Mas se noventa por cento do futebol é isto, que poderão os restantes dez por cento fazer para contrariar esta grosseria? Talvez ficar com amêndoas atravessadas na garganta…sempre são doces, as envoltas em açúcar.

Futebol Guerrilheiro de Simeone Contra o dos Gladiadores de Zizou – Qué Viva Madrid

O Real Madrid é hoje a melhor equipa do mundo. Já não é um conjunto de individualidades. Sente-se o dedo de Zidane nesta metamorfose.

Já defende. Se bem que em certas saídas ainda crie arrepios.

E tem um médio que pega na bola basculando todo o relvado, entregando-a ao melhor colega sempre em alta velocidade ou com desmarcações que da esquerda ou da direita levam a cruzamentos para os avançados que vêm de trás de rompante.

É uma espécie de tropel consciente que deixa os adversários aturdidos com a rapidez dos lances e o poder da finta de todos os jogadores em movimento.

São processos assentes na velocidade ou no passe desconcertante que levam a bola à grande área adversária quer pelas laterais, quer por desmarcações milimetricas pelo centro.

A capacidade técnica está ao serviço de um modus operandi que permita a Ronaldo, Bale e Benzema acrescentar explosão ao último lance na busca do golo. Ou a quem vem de trás rematar sem marcação.

A equipa não anda às voltas pelo retangulo a ver se adormece o adversário à procura da talisca para encontrar o espaço para o remate.

O futebol praticado pelo Barcelona ou Bayern de Munique tem enormes virtudes. Mas neste momento o Real atingiu outro patamar dada a ligação entre os três setores que quase se confundem num único em que por vezes se desdobra e assume uma postura ora atacante ora defensiva.

A prová-lo está a eliminação do Barcelona e do Bayern por uma equipa que pratica outro tipo de futebol onde o tempo de explosão na transição é fundamental tendo em conta a capacidade e a resistência defensiva que apresenta.

Che Guevara e Simeone nasceram na Argentina. O futebol guerrilheiro de Simeone segue as pisadas da tatica de Guevara na guerrilha. Atacar repentinamente e ter sempre a retaguarda em guarda.

O Real aprendeu a defender, embora ainda apresente deficiências incríveis que são escondidos pela força da linha média e sobretudo com a entrada de Casimiro a dar poder de choque quer por terra quer pelo ar.

No dia 28 de Maio em Milão o confronto será entre a conceção guerrilheira de Simeone e a de uma equipa que joga em todo o campo e não se esconde para emboscar o Atlético atacando-o de princípio ao fim para o debilitar e poder marcar, contando com gladiadores da estirpe de Ronaldo, Bale, Benzema.

O Atlético irá certamente tirar partido da capacidade de Griezman e Saúl Ñinez para saírem com bola em desmarcações aproveitando o adiantamento do Real, criando, como na guerrilha, situações de grande surpresa para Pepe, Ramos e até para Carvajal e Marcelo que não terão forças para recuperar de imediato dos seus adiantamentos a atacar as linhas defensivas do Atlético.

Será o meio campo do Real capaz de segurar os raides repentistas dos guerrilheiros do Atlético. Ou o meio campo do Atlético capaz de não ceder face ao poder de explosão dos Realistas?

A verdade é esta : o melhor futebol é na Ibéria, em Espanha.

Golo do Ruben Neves

O arquiteto imaginou o arco. Viu o que se não via: o arco ir pelo ar e a abater-se como se fechando se abrisse. A abóbada.

A bola girou sobre o verde sonho e o artista dos pés tirou o arco e desenhou-o com a parte de dentro do seu tira-linhas.

Como se fosse uma raquete a linha tecida de perfeição sobrevoando defesas e guarda-redes afundou-se onde nasce a explosão.

A alegria das almas incendiadas de paixão. A paixão imaculada.

Porto/Borussia – Nem um Pingo de Vontade de encer. Que Submissão.

Uma equipa que queira vencer tem de ser constituída desde a raiz ao topo por quem apenas encarne esse objetivo.

A direção de uma tal equipa deve ser a expressão dessa vontade de vencer que  contagia técnicos e jogadores.

A direção é responsável pela escolha da equipa técnica e jogadores, devendo recrutar de entre os candidatos aqueles que dão garantias de abraçar o projeto de vitória.

Quando um treinador ou um jogador dá o primeiro passo na estrutura  deve sentir o arrepio da vontade indomável de querer vencer. Nem a relva deve deixar indiferente os jogadores no sentido de eles sentirem que ela também quer a vitória.

O FC Porto tornou-se nos últimos trinta/quarenta anos a equipa hegemónica exatamente porque soube criar essa força de vencer.

Manter essa mística é muito difícil. É preciso renovar permanentemente a identidade e adaptar-se às novas circunstâncias e lutar contra rivais desejosos de triunfar.

Isto pressupõe que os dirigentes não podem esmorecer por segundos diante dos novos desafios e transmitir ao técnico e jogadores esse inconformismo sadio capaz de dar uma sapatada e fazer reverter situações adversas

Uma direção com esse propósito em nenhuma circunstância se pode acomodar; deve ser a primeira a dar sinais de revolta contra o ramerame que mata a alma da vitória.

Quando foi anunciada a constituição da equipa do FCP para jogar contra o Borussia todos perceberam que o Porto ia ser eliminado. Os primeiros a percebê-lo foram os jogadores. E depois o Borussia. E aos dez minutos não havia ninguém que não percebesse que Peseiro não ia incomodar os alemães.

Uma equipa com estaleca de campeão não julga um atleta por uma decisão de um segundo, mesmo quando ela é altamente prejudicial à equipa. Maicon cometeu um erro grave, mas faz falta. Saber perdoar é valorizar os elementos que compõem a equipa e dar garantias a todos que a estrutura quer tudo deles, sabendo valorizar todo o passado face a um erro circunstancial.

Se Maicon estivesse cá, Layun teria jogado à esquerda e o único jogador vertical da equipa teria no seu jeito guerrilheiro levado a instabilidade aos atleticos borrussianos.

Uma planificação rigorosa e profissional altamente competente não pode deixar uma equipa da grandeza do Porto sem centrais de raiz. Não é aceitável que há semanas o Porto ande a improvisar quando tem Maicon…

Maicon não está porque a Administração o mandou embora e os adeptos queriam vingança face à infantilidade do atleta. Só que a Adção não pode querer o mesmo que os adeptos em termos de saber dirigir, de saber estruturar um plantel. Uma coisa é o adepto, outra coisa são os membros da estrutura dirigente.

José Peseiro levou para o relvado uma equipa que ele quis conformada, para não permitir ao Borussia que marcasse, deixando-os a trocar a bola como eles sabem.

Uma equipa que quer ganhar pode perder e empatar, mas uma equipa que só não quer perder não ganha; só por mero acaso…

Peseiro aceitou que o adversário se instalasse e se sentisse confortável convidando-o a um acordo tácito de cavalheiros mais ou menos deste tipo: fiquem por aí que eu só passarei o vosso meio campo quando tiver a certeza de do céu chega alguém perto do infeliz do Aboubakar.

O treinador do Borussia percebeu também a mensagem que no final mandava os jogadores adormecerem e tomar café; triste de mais para o dragão. Já nos bastava a Merkel mandar na Junta de freguesia Portugal…

E quando Peseiro no final disse que o empate seria o resultado justo mostrou bem o queria – não perder.

Contra o Bayern de Munique há cerca de um ano o Porto mostrou que os alemães podem mandar na União Europeia, mas não mandavam no Dragão.

Este ano Peseiro aceitou os mandamentos teutónicos e nem foi preciso o poderoso Schäuble meter-se ao barulho; os mercados não estavam irritados com tanta submissão, o Porto parecia o Passos e a Maria Luís …

Quando é que Peseiro de uma vez por todos avisa o Braihimi que ele tem mais dez companheiros para jogar à bola? Se ele só se lembra da equipa quando liga o fintómetro e perde a bola o melhor é tirar-lhe o fintómetro; se ele insistir dar o lugar a quem compreenda que o futebol não é apenas uma montra para levantar voo para algures na terra das patacas sonantes.

O inglês que arbitrou o jogo também entrou no eurogrupo e não viu o que toda a gente na Europa vê: há várias europas e portanto não pode haver brexit . Dois jogadores em off side é muita gente, contradiz a boa vista das terras de Sua Majestade The Queen.

Na parte final do jogo todos vimos o que o Porto podia fazer se o treinador tivesse querido. Os alemães podiam ser desestabilizados e levar com golos. Se o treinador tivesse querido. Assim foram tomar café.

Vem aí o Belenenses. É preciso que alguém mostre o jogo do ano passado ao Mister. Que não se repita. Os portistas não podem passar a vida a sofrer em circunstâncias que podiam desfrutar os encantos da vitória. Ai dos submissos !

Sun Tzu e o Benfica/Porto – Pode Alguém Ser Quem É?

Uma equipa habituada a ganhar tem mais possibilidades de ganhar do que uma equipa com muitas derrotas.

Uma equipa que se habitua a ganhar conhece a importância da união e dos sacrifícios para atingir a vitória.

No entanto, o facto de uma equipa se habituar a ganhar pode não ser suficiente para vencer um adversário sério que se apresente unido e disponível para dar tudo pela vitória.

Uma equipa com um trajeto periclitante e com uma derrota na jornada de véspera com um clube de pouca dimensão pode vencer uma equipa cheia de ânimo em terreno desfavorável?

Para a maior parte dos benfiquistas e dos comentadores e opinadores do nosso “país irritador de mercados” o resultado seria a vitória do SLBenfica, quase todos apostavam no dois/zero.

É, pois, natural que dirigentes, jogadores entrassem no estádio com um estado de alma que assentava numa realidade verificada até ali.

Para que tudo corresse como o esperado aos dezoito minutos Mitroglou não perdoou; foi a confirmação do que andava no ar. O Benfica preparava-se para mais uma cavalgada triunfal.

Só que o Porto comandado por Peseiro soube aceitar as coisas e em vez de responder ao que “devo fazer” foi responder ao “como devo fazer”. Não sei se Peseiro leu a “Arte da guerra” de Sun Tzu, mas a verdade é que não descaracterizou a equipa, antes a reagrupou no meio do terreno e mantendo a “ideia” de ganhar.

Peseiro não quis que o Porto fosse outro que não aquele que era e puxando André um pouco mais para baixo e resguardando as laterais sem medo de ir à frente um mexicano oferece a outro compatriota o tiro e restabelece-se a igualdade.

Para uma equipa habituada a ganhar e não a empatar o golo do Porto fez o Benfica abanar tanto mais que o Benfica continuava as suas cavalgadas e o Porto o passa, repassa e chuta do tempo do Pedroto.

Aqui há algo que tem de ser dito: as equipas, todas, aliás, jogam com um guarda- redes que as defende, impedindo os golos. No caso do Porto  Iker Casillas que defendeu tudo o que pôde, como lhe competia. Era o tal “como devia” fazer e fez. Um guarda- redes deve ser alguém que defende as redes dos remates do adversário e foi o que Iker fez.

Não está conforme a natureza das coisas que um guarda- redes não defenda aquilo que sabe “como” defender, assim como não estaria na natureza das coisas que Braihmi não tabelasse com André André e Aboubakar não atirasse a matar.

Só quando um comandante se põe a inventar revelando medo do embate é que uma equipa oscila e assim pode ser derrotada. Ontem, na Luz, o Porto fez o que tinha de fazer sabendo “como” o devia fazer.

Quando o derrotado não apreende que não soube “como” fazer corre o risco de voltar a perder embalado pelo facto de ter ganho anteriormente uma série de jogos.

É um sinal de quem não sabe aprender esquecer que Casillas é um elemento da equipa e não foi ele que marcou os golos que Herrera e Aboubakar marcaram.

No ano primeiro da era de Lopetegui este também não aprendeu a lição que o Benfica lhe deu no Dragão, vencendo por dois zero. Júlio Cesar e os postes estavam onde estavam para cumprir o seu destino.

Há dois mil e trezentos anos que o sábio estratega Sun Tzu ensinava que ser o que se é cria força e querer ser o que se não se é gera fraqueza. Peseiro quis que o Porto fosse o que é, o que não acontecia com Lopetegui.

O Benfica não soube adaptar-se e saber “como” devia fazer para derrotá-lo. Talvez fosse para a batalha embalado pelo ambiente que o circundava e o colocava nas nuvens onde nenhum combate se ia travar. O relvado é à flor da terra e foi aí que o Benfica perdeu.

O Porto nada mais ganhou que três pontos. Nada mais.

Bruno de Carvalho, Chulos, Falências e Gravitações

Bruno de Carvalho dixit que se não fosse ele o S.C. Portugal …”após alimentar muitos chulos que gravitam à volta do futebolestaria falido…”

A tirada é profunda e vale a pena poisar um pouco nela para nos apercebermos de toda a profundidade que ela contem.

A primeira questão é esta,em termos estratégicos, como diria Jorge Jesus: Quem gravita em torno do futebol?

Resposta: Gravitam em torno do futebol todos os que são remunerados pelos cargos que têm no futebol; como o SCP é um club de futebol tem a gravitação daqueles que recebem o que o SCP lhes paga.

A segunda questão é esta: de entre os que gravitam à volta do futebol quem são os chulos? É de supor que são chulos os que no futebol não sabem fazer mais nada e se servem de uma declaração de amor falsa ao club para ganhar uns patacos e assim viver. Então a resposta será: os que declaram amor mas apenas têm como objetivo sacar ao club o que de outro modo não alcançariam.

Chegados aqui temos que perguntar o seguinte aos sportinguistas: onde estaria o club se Bruno de Carvalho não tivesse arribado ao SCP? Segundo Bruno estaria falido… O mesmo equivale a dizer que de todos os sportinguistas só BdC foi capaz de salvar o club da falência, o equivale ainda a dizer que BdC foi o salvador do Sporting…

A pergunta do agente de Carrillo: onde estaria Bruno de Carvalho se não estivesse no Sporting fica sem resposta porque não há ninguém que não saiba que ao nascer Bruno de Carvalho tinha um destino marcado nas estrelas: salvar o S.C.P.

Quando assim é há que pagar o ordenado mensal ao salvador porque ele não gravita em torno do futebol, mas sim do astro rei, o Sol.

Daí ele defender-se com unhas e dentes dos abutres do Sporting e remeter o agente de Carrilho com bastante elevação para … “para o seu rebanho de cabras…”

Assim falou o salvador.

Agur Mister Lopetegui

Julen Lopetegui foi despedido pela direção do F.C.Porto. Há muito que muitos o pediam. Há muito que ele não o queria. Ouvia-se Lopetegui falar e sentia-se que ele acreditava, mas olhando em volta mais ninguém o seguia, especialmente os jogadores.

As ideias que ele tinha para o jogo não passavam e por melhores que fossem essas ideias, os jogadores ou as boicotavam ou não as seguiam por não serem capazes. O resultado é o mesmo. O ano passado o Porto não ganhou nada e este ano a coisa está feia…Mas ele acreditava…Era o que dizia.

Começava o jogo e às vezes havia umas tantas faíscas e se o Porto marcava  quase sempre desligava-se a iluminação e ficava tudo a andar para os lados em busca da luz.

Se levava um golo era o cabo dos trabalhos e a gente ficava a mexer na memória das vezes tantas que se começava a perder e se dava a volta, não foi Jorge Costa, João Pinto, Lima Pereira, Magalhães, Pacheco, Sousa, Deco, Moutinho, Lisandro Lopez, Lucho?; às vezes até com dez em campo…até os comíamos…a relva e a vontade de ganhar…ganhar, mesmo perdendo porque só há campeonatos pela simples razão de não haver invenciveis…felizmente!

Lopetegui herdou uma máquina que não parece ser a mesma de outros tempos, é o que parece. Um exemplo: os adeptos sentem mais a derrota que os dirigentes? Não, não digo que a direção não queira ganhar, não. Refiro-me aquela coisa que leva à revolta por se perder e sobretudo quando se podia ganhar. A paixão de ganhar. Mesmo quando já se ganhou mais que todos os outros. O hábito tanto faz o monge como se se torna uma coisa sem fibra e se estiola e se burocratiza. A burocracia não é só no Estado, nos partidos e nas empresas, também chega ao futebol.

Imaginemos os jogadores de gabarito a jogar como o treinador manda e nem sempre a vida cabe num modelo e o adversário agiganta-se e marca. Não estava nos livros os pequenos marcarem, mas marcam. Só quem se agigantar mais que os outros ganha, mesmo que os outros não sejam gigantes, mas se tenham agigantado fazendo encolher os gigantes.

Ai dos grandes que por serem tão grandes já não enfrentam os pequenos e os iguais como se fosse o último jogo das vidas de cada jogador e do FCP. Ai deles. A história será dos outros, como bem mostra o museu do FCP.

Agur( adeus em basco) Lopetegui. Boa sorte. Quem vier que traga para a superfície a força da memória e o hábito de ganhar custe o que custar. Nem que a relva seja comida…

 

Coisas da Vida

Jessica Atahide publicou uma fotografia de lado com o rabo à mostra. O CM de 23 de Setembro noticia que daquele modo se pode ver a atriz como é. Assim. Não sei quantos likes teria um rabo daqueles; uma coisa é certa – aquela mulher é seguramente mais que “aquilo”, sendo que aquilo não será pouco.

No texto o jornal transcreve em discurso direto…” Nesta fotografia estou profundamente feliz e era isso que queria partilhar com vocês…”

Alguém, numa foto, de meio rabo ao léu sente-se muito feliz na exibição do que lhe pertence e o CM considera aquela exibição/felicidade notícia.
Coisas. Talvez infelizes. Depende…

CERNI E O BENFICA- ATENÇÃO BENFIQUISTAS

O novo reforço do Benfica afirmou em Buenos Aires…” Gostei do Benfica porque é o club que abre muitas portas…” Alguém podia ser mais claro quanto ao que quer do Benfica?

Futebol e ou Vida

O futebol está hoje omnipresente na vida social. Tem um peso emocional e psicológico avassalador. Ocupa a mente de uma imensa maioria. Basta atentar nas manifestações que foi capaz de desencadear no Marquês de Pombal e em Alvalade durante as noites em que SLB e SCP venceram campeonato e taça.

É talvez a maior máquina de mobilização popular. É, por excelência, o desporto global fazendo bater em uníssono o coração do juiz, do operário, da artista, da dona de casa, do empresário, do sacerdote ou do general.

O futebol, em si, é fácil de compreender. O difícil é o golo. Essa é a paixão.
As notícias do futebol passam à frente de quase tudo. A prisão de altos dirigentes da FIFA e a demissão de Blatter foram objeto de um tsunami de notícias. Putin, Merkel, Cameron, Obama tomaram posição.

A “passagem” de Jesus da Luz para Alvalade fez abalar os media. Jesus pediu proteção policial.

Bruno de Carvalho que disputava com Vieira e Pinto da Costa a ribalta ganhou-a, tal como há anos Vale de Azevedo e Jorge Gonçalves.

Carvalho decidiu despedir Marco Silva, o treinador que ganhou um título em sete anos de míngua; sendo, pois, adequado concluir que o problema não era a competência, mas o fato que não usou há meses, eis um dos factos; e as opiniões diferentes das de Bruno de Carvalho…

Em jeito de vingança muitos sportinguistas queriam Marco Silva na Luz, abrindo uma espécie de um novo ciclo – o arco de treinadores dos grandes, à semelhança dos partidos do arco da governação.

O SCP não tem tantos milhões de adeptos como o vizinho, mas tem os suficientes para entre eles existir quem pense. Os notáveis ou famosos, aqueles que tocam o Olimpo mediático, saíram a terreiro verberando Bruno de Carvalho; houve um mais meigo que considerou que o Presidente devia ir para o manicómio.

Bruno não se ficou e, a seu jeito, meigo, como sempre, passou a ferro esses sportinguistas do SPC, uma espécie de quinta coluna infiltrada a viver à custa do Sporting…e à espera das derrotas dado não acreditarem na glória do clube como Bruno acredita como o confirmou Marco Silva o treinador vencedor da taça, despedido.

O homem saído da plebe não esteve com meias medidas em relação à nobreza decadente do SCP, tal como Revolução Francesa essa espécie de canaille foi esmagada pelo vocabulário agridoce de Bruno.

O Presidente da Assembleia-geral do SCP veio por água na fervura apelidando esses notáveis de quase inimigos merecedores da expulsão do clube.
No glorioso SLB notáveis houve que destrambelhados por perderam Jesus atacaram a inércia de Vieira. Bonacheirão, sem deixar o seu bigode tremer, falou em ingratidão recordando o episódio de Jesus a ajoelhar-se convertido ao novo campeão; tendo sido o único a dar-lhe a mão e acrescentando que outros no futuro lhe darão o pé…Quiçá?

Bruno de Carvalho vive o seu período de máxima glória: uma taça, e um Jesus.
Que fará ele com este Jesus? É cedo para se saber. E que fará Jesus com este Bruno? Todos imaginamos que a glória que Bruno busca, custe o que custar, lhe permitirá ser solidário com o treinador como Vieira…Em 9 de Agosto no jogo que decidirá para quem irá a Supertaça tudo começará e nesse jogo sabe-se lá que destino se começa a escrever. Nem Jesus, que é Jesus, sabe.

O futebol é muito. Como se vê. Mas não é tudo. Há alguns que nunca jogaram à bola e jogam com carreiras para se alcandorarem à abertura dos telejornais e se tornarem famosos e ricos.

Há outros que fazem do futebol um modo de vida pago a peso de ouro.
Outros servem-se desta indústria para arrecadar fortunas colossais. Outros para a arrecadarem à má fila.

O povo, de tanta paixão pela bola a pinchar na relva ou a bater no fundo da rede, esquece tudo. A glória do clube cega.

Mas se o futebol é tudo ou quase tudo, a vida não pode ser nada ou quase nada para que o futebol seja tudo ou quase tudo.

Pobre de tudo é uma vida só feita de futebol porque os seres humanos são capazes de algo mais. Haja futebol e vida a sério.