O Fogo e os Comentadores do terceiro e Quarto Mundos

Acabaram de se realizar eleições autárquicas que são normalmente favoráveis aos partidos da oposição, mas não foi o caso. Não foram eleições legislativas, mas não há ninguém que não saiba que a leitura seria outra, se o resultado fosse favorável à oposição.

A direita perdeu claramente, independentemente do resultado de Assunção Cristas, que vive e progride à custa do PSD e não dos outros partidos. Cristas quer continuar a cavalgar no terreno do centro que o PSD deixou ao abandono ao galgar para a direita.

Duas semanas depois das eleições com expressão clara de apoio à política de devolução de rendimentos aos portugueses, ocorreram incêndios nunca vistos, que no domingo, dia 15, atingiram a enormidade brutal de mais de 450. Tal tragédia provocou quatro dezenas de mortos e destruições devastadoras de bens. O país viveu um domingo de verdadeiro apocalipse; a convergência de problemas que existem na floresta há décadas com condições climáticas únicas. Certamente que houve, tal como se retira do relatório da Comissão Independente, erros de avaliação do que sucedia e omissões que poderiam evitar tantas mortes nos incêndios de Pedrógão e nestes últimos.

(Continuar a ler no Público Online)

Os Políticos São Todos Iguais?

Há um mal profundo na sociedade que corrói a vida democrática. Trata-se da ideia que os políticos são todos iguais. A aparente inocência deste pensamento contém em si um dos aspetos mais negativos no plano democrático, o de que sendo iguais, não vale a pena escolher. E, daí, as taxas de abstenção.

Claro que os políticos são mulheres e homens que choram e riem como todos os outros seres humanos. É certo que no exercício do poder local, parlamentar ou executivo enxameiam os lugares com gente da sua confiança, muitas vezes prevalecendo o “yes, sir” em vez do mínimo de competência. E aí pode haver igualdade.

(Continuar a ler no Público Online)

Um Olhar Sobre as Eleições Autárquicas

Todos perceberam que estas eleições locais tinham um significado que ia muito para além do domínio local.

Há quatro anos, o PSD/CDS no governo perdeu as eleições para o PS de José Seguro. Agora, o PS no governo, em acordo com o PCP e o BE, viu reforçado de modo considerável as suas posições. O poder não o desgastou, antes pelo contrário.

Ao virar à esquerda, o PS fortaleceu-se e o PSD, ao manter-se agarrado ao empobrecimento, sucumbiu e não foi preciso vir o diabo para o levar ao inferno.

(Continuar a ler no Público Online)

Afinal, a Alemanha Tem Pesadelos

A política levada a cabo pela chancelerina Merkel, ao contrário do que muitos queriam fazer crer, foi fortemente penalizada. Perdeu quase 10% dos votos (passou de 41,5% para 32,9%). Trata-se do pior resultado de sempre da CDU no período pós-guerra.

(Continuar a ler no Público Online)

Que Deus Perdoe Trump!

Trump foi discursar à Assembleia Geral das Nações Unidas e aproveitou a ocasião para dizer o que pensa sobre o seu país e o mundo.

Os diplomatas dos EUA conhecem seguramente o preâmbulo e os artigos da Carta das Nações Unidas, nomeadamente o seu n.º 2, alíneas 3) e 4). Na verdade, o preâmbulo constitui uma exortação à defesa e manutenção da paz. Os povos do mundo inteiro consagraram, naquele diploma, a paz como valor primordial de toda a Humanidade. E apelam à interdição da guerra. A guerra, à luz da Carta, é ilegal, salvo em casos absolutamente excecionais.

(Continuar a ler no Público Online)

Esbarranço

Depois do colapso da URSS tornou-se dominante um pensamento único que se alicerça no que se chamou de fim da História e do triunfo do liberalismo na sua nova versão adaptada à globalização. A própria União Europeia deixou cair a coesão social e abraçou a austeridade como programa político.

Em Portugal, Cavaco foi um arauto na defesa da troika e da política de austeridade. Deu todo o seu apoio ao governo de Passos que envenenou o país com o empobrecimento. Nessa altura defendiam que aquela política não tinha alternativa, era a única que Portugal podia seguir.

O senhor Schäuble também os abençoou na sua missão magnânima de impor aos portugueses o que ele não queria para os alemães. Todos se lembrarão dos ataques de Cavaco, Passos, Portas, Maria Luís e tutti quanti a Tsipras por querer respeitar a opinião do povo grego manifestada em eleições e que passava por rejeitar as imposições da troika.

(Continuar a ler no Público Online)

A Importância dos Pronomes Demonstrativos para o CDS e a falta de Respeito

Bem me parecia já há alguns anos, aquele senhor que agora é o nosso primeiro não tem perdão… É que não tem mesmo… por que digo isto? Porque aquele senhor não sabe dirigir-se à senhora que esteve à frente do Ministério da Agricultura quatro anos. Aquela senhora que tem cartazes por todos os lados e faz visitas de calças de ganga aos bairros sociais e quer 20 novas estações de metro para Lisboa ninguém sabe quem ela é. Sabem lá que ela é a líder do CDS. Há quem diga, os mais distraídos, que será do Tea Party, vá lá saber-se porquê…

(Continuar a ler no Público Online)

A Crise na Coreia

Os Estados Unidos da América foram até hoje o único país que utilizou a arma nuclear. Há setenta e dois anos. Muito perto da Coreia. Em Hiroshima e Nagasaki, no Japão. Os dirigentes daquele país com o pretexto de obrigar o Japão a render-se exibiram perante o mundo serem detentores de uma arma de destruição massiva que mais ninguém tinha. Eram os senhores do mundo. Durou pouco tempo esse monopólio. A URSS também foi capaz de a produzir. Seguiram-se a França, a Inglaterra, a China. À revelia deste clube 5 a India, o Paquistão, Israel, a África do Sul e o Brasil entraram no clube. Com o fim do apartheid e a democratização do Brasil, ambos os países desfizeram-se daquelas armas, enquanto outros tentavam produzi-las, designadamente Iraque e Líbia.

(Continuar a ler no Público Online)

Os Solavancos e as Guinadas da Política Externa dos EUA

Nos EUA, desde que Trump foi eleito, democratas e republicanos vão passando o tempo a descobrir conspirações russas durante a campanha eleitoral. Estão envolvidos familiares, assessores e colaboradores próximos do Presidente na alegada colaboração com a Rússia para impedir a eleição de Clinton. Pouco mais existe que a Rússia na política externa dos EUA. A Venezuela… a Coreia do Norte, a China, a Arábia Saudita.

Em Hamburgo, Trump e Putin chegaram a um acordo parcelar quanto à situação na Síria, um assunto bem difícil no relacionamento entre os dois países. Celebrado o acordo, com o regresso a Washington de Trump, o Congresso anunciou novas e duras sanções contra a Rússia.

O novo e moderno czar da Rússia ordenou a expulsão de 755 diplomatas dos EUA. 755. O antigo conflito entre a URSS e os EUA mantem-se, embora a Rússia tenha feito o socialismo colapsar, optando pelo capitalismo cujo farol é o país de Trump. Impõe-se perguntar: não sendo antagónicos os regimes, antes similares, por que se digladiam a este ponto?

(Continuar a ler no Público Online)

O Caso da Universidade Independente e de Outros Megaprocessos

Têm-se vindo a avolumar os casos em que o Ministério Público e os diversos Orgãos de Polícia Criminal (OPC) anunciam aos quatro cantos da Lusitânia e ao mundo investigações e acusações de grande sucesso no combate à criminalidade.

Com magno estardalhaço, os media aferroam-se aos casos e os arguidos aparecem ligados à prática de crimes muito graves. E as fugas de informação do que que está em segredo de justiça enchem noticiários e páginas de jornais.

Nesses dias de quentes notícias, os portugueses vão dando palpites acerca dos novos arguidos. Sendo poderosos, é uma espécie de ajuste de contas antecipado e a sentença só pode ser a condenação. Sendo políticos, é a pouca vergonha por serem todos iguais e só pensarem em encher os seus bolsos e os dos amigos. Sendo polícias, é a indignação por já nem se poder acreditar na polícia, isto está podre, em quem se vai poder confiar, perguntam os cidadãos.

(Continuar a ler no Público Online)