Há políticos cujo horizonte não ultrapassa o da vidinha, o da submissão e o da mediocridade. No dia em que o braço direito de Passos, amigo de todos os negócios e arranjinhos, viu anulado o curso que “arranjou” na Lusófona, decidiu, na esteira de Durão Barroso, ir de encontro às palavras insuportáveis do sátrapa de Berlim para a Ibéria e declarar que se o zelador-mor da austeridade para os pelintras disse o que disse acerca das sanções, é porque o incumprimento das regras por parte do governo de Costa o justificava.
Passos passa por cima do facto das eventuais sanções decorreram da sua ação governativa e do facto de não ter feito outra coisa que não tivesse sido o que o Sr Schäuble lhe impôs, ou , se quiserem, nem foi preciso impor, tal era a comunhão.
Passos sabe que a sua força não está em Portugal, tal como a Sra Dra Maria. Por isso saltam de alegria quando os governantes alemães dão ares de ralhar e ameaçar este país velho de tanta História.
O mundo é dos espertos como se tem visto. Estão sempre a fundir interesse nacional com a carteira. Tecnoforma com empreendedorismo. BPN com donos disto tudo. São os que dedicam à política para dar outros voos, como se pode ver pelos postos que ocupam ex governantes em certas instituições.
Portugal também é um negócio para estes políticos. Quem manda na Europa é quem pode e quem pode é quem arranja a vida a quem deles precisa a troco de bocados deste quadrado; belos negócios que se sucedem sempre às intermináveis reformas estruturais: privatizações, flexibilidade laboral, cortes nas despesas e aumentos “salariais” dos gestores.
Passos espalhou-se na sua ânsia de agradar e cobrar algum dividendo das declarações do Ministro das Finanças da Europa, perdão da Alemanha. A ansiedade não é boa conselheira. Espalhou-se.
Não se sabe se o outro, o da Bayer, se espalhou ou se foi o modo de minar o caminho a Portugal. É da praxe. Não foi bem o que disse, emendou.
Ora se o outro “emendou” a bazucada , Passos correu logo e também corrigiu o que disse, aliás, no mesmíssimo registo do outro.
Não era só o Dr Gaspar que olhava embevecido o Sr Schäuble. O Dr Passos não lhe fica atrás, nem acerca dos incumprimentos, nem nas emendas requentadas.
Todos sem emenda.