Durão Barroso defendeu no seu estilo destemperado que as sanções a aplicar por Bruxelas contra Portugal dependiam do que fizesse o atual governo português; sabendo que as ditas sanções se destinam a punir Portugal devido à ação do anterior governo de Passos e Portas.
E sabendo ainda que as políticas seguidas e que conduziram àqueles resultados foram as impostas a Portugal pela Comissão, pelo BCE e pelo FMI.
Barroso inverte totalmente as premissas que estão na origem da discussão em Bruxelas das sanções para agradar aos alemães que segundo ele são os únicos que fazem algo pela Europa, o que é notável para um globetrotter do “stablishment”.
Ora por mais voltas que se dê ninguém esquece o amor do Sr Schäuble à ação de Passos e Portas que levou ao que levou e à acrimónia contra Costa. Pois.
Barroso sabe onde está o poder de punir Estados: na capital do império, em Berlim, e sabe que quem manda é Merkel e voilá… O que espera Barroso de Merkel? é caso para perguntar.
O que espanta (talvez não) é esta declaração de amor à imperatriz neste preciso momento, distanciando-se à bruta de Cameron tendo estado sempre com o Reino Unido (guerra do Golfo) e lançando uma ponte para a grande capital teutónica sustentada numa declaração de ataque ao governo do seu país e ajoelhando perante a chancelerina.
Quem tem ganho com o euro é a Alemanha que continua interessadíssima em ir buscar dinheiro aos mercados sendo paga por isso, enquanto os pelintras têm de o pagar a preços exorbitantes e segundo Schäuble novos resgastes se esperam para que nunca, nunca mais Portugal e a Grécia e outros levantem a cerviz.
Barroso acha que é esta política que dá prestígio à Alemanha e à UE. É a sua opinião. Exatamente no dia em que acha que as sanções dependem de Portugal e deste governo, embora digam respeito á ação do governo que benzeu e apadrinhou.
Barroso no seu melhor: por um poder algures dá tudo, até o que já não tem – vergonha e alma.