Costa, o négligé soigné contra o sonho de Marcelo

Andava confessadamente, em diversas ocasiões, na senda do sonho, à procura de uma alternativa ao governo do PS; às vezes a caminho de Viseu, ai Jesus que lá foi ele, outras vezes na sua atividade de comentador mor do reino. E mal Costa se descuidava, lá aparecia a falar das más notícias, tudo em direto.

Perseguia, no seu jeito négligé, Costa a costurar os remendos que cada dia iam surgindo no governo de sua inteira responsabilidade.

A maioria absoluta oferecida a Costa dava, pensava ele, para ter quem quisesse e como quisesse no governo, mesmo quando manifestamente tinha de mandar para casa gente imprópria para ser governante.

Na verdade, António Costa/PS foram dando mostras ao país que um governo de maioria absoluta é um perigo para o funcionamento pleno das instituições democráticas porque quem “domina” o parlamento é levado a crer que é rei e senhor, o que como se está farto de ver não é verdade.

A direita conhecendo o desígnio e o sonho de Marcelo e revelando uma incapacidade doentia para apresentar qualquer programa alternativo seguiu o exemplo do tonitruante Ventura, limitando-se a adjetivar o governo com uma agressividade nunca vista em termos de normalidade democrática.

A promoção de Ventura (veja-se o triste e repugnante episódio contra visita de Lula da Silva) tem levado o PSD e a própria a IL a entrar no campo gizado pelo trauliteiro encartado com mestrado e doutoramento na universidade de Steve Bannon, o extremista da extrema-direita dos EUA.

Marcelo o maior contorcionista que escrevia cartas a Marcelo a atacar a Oposição democrática em 1973 tinha em mente cozer o governo em banho-maria e chamar Montenegro, chegasse ou não o voto dos portugueses. À terça-feira falava da dissolução, à quarta da economia que estava a ir bem, à quarta vetava a eutanásia, à quinta aparecia de repente a dizer que era grave a guerra na Ucrânia, à sexta dependia e ao fim de semana era o que aparecesse; este era o plano para o governo cair de podre.

Só que enquanto dirigente político foi um fracasso total, perdeu sempre; só ganhou quando ganhou a televisão e mesmo aí porque o PS se sentia confortável com ele – veja-se bem o raciocínio com o que está a acontecer.

Costa é de outro tempero, está habituado a ganhar, mesmo passando por cima do seu camarada Seguro.

Costa, repete-se tem ares de négligé, mas é um négligé bien soigné e deve ter deixado Marcelo sem saber que comentário fazer, a não ser que discorda dele, como se não soubéssemos.

Vamos ter de esperar, a direita também e Marcelo idem aspas. Falta a ação decidida do povo português. Se os partidos à esquerda dessem as mãos e mostrassem a alternativa a esperança seria maior.

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