A coroação de um homem que tem um mordomo para o vestir e que acorda todos os dias com uma gaita de foles e que viaja com um criado que transporta o assento da sanita só podia acontecer num país que ainda vive o trauma de ter deixado de mandar no mundo.
O chamado Reino Unido encolheu e custa caro caber dentro dos seus limites e daí o rei que foi coroado rei de quinze países quando não o é, a não ser no passado. Há alguém que acredite que o rei Carlos III é rei da Austrália ou da Nova Zelândia ou da Jamaica ou da Antígua e Barbuda? Nem ele. O faz de conta é muito bonito. E serve para dar uma visão de grandeza. A ele serve-lhe às mil maravilhas, ao Estado inglês nem por isso.
Além do mais é um grande espetáculo de entretenimento e as televisões seguem ao segundo a coroação; as mesmas que têm uma caterva de comentadores a reclamarem que é preciso cortar nas gorduras do Estado. Pois bem, a coroação do rei custa ao Estado, segundo a Euronews, 280 milhões de libras, num país a empobrecer a olhos vistos, com o SNS a rebentar pelas costuras e com o extravagante Johnson e a não menos estouvada Liz Truss e o multibilionário Rishi Sunak a gastarem na guerra da Ucrânia o que não é empregue para impedir cada vez mais milhões de ingleses empobreçam.
Talvez pensar o futuro como se fosse o passado, o que como se sabe é impossível, resulte durante algum tempo em termos de psicologia social.
A Carlos III vai ser posta na cabeça uma coroa de ouro maciço e cheia de diamantes e pedras preciosas. Foi ungido para lhe confirmar o direito divino do monarca e da investidura em que receberá vários objetos que simbolizam diferentes virtudes e bênçãos.
Está fora de questão receber a virtude de ter uma relação sadia com os filhos e netos, bem como com toda a família. Isso é para os plebeus.
Os ingleses comportam-se como basbaques diante de tão deplorável espetáculo e custa ver o Partido Trabalhista enfileirar naquela cerimónia medieval a ser paga por quem vive mal.
Mas por cá, os nossos media, não quiseram ficar atrás e acompanharam ao segundo a coroação do monarca que acorda diariamente ao som de gaitas de fole e tem na comitiva um transportador de um assento da sanita para Sua Majestade poder defecar sem que o seu real CU se entupa se não sentir que aquele é o seu assento.
Falta talvez acrescentar que a sua fortuna pessoal é das maiores, senão a maior do Reino Unido.
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