“Em 1974, Marcelo disse-me que era marxista não leninista”

Entrevista ao Público de 20/08/2019

Domingos Lopes, secretário de Cunhal nos governos provisórios, dirigente da secção internacional do PCP, escreveu o relato de uma militância de 40 anos até ao desencanto.

Nuno Ribeiro

De 1968 a 1980 foi feliz no partido, como os comunistas se referem à sua organização. Entre Coimbra e a República dos Matulões, passando por Lisboa, a prisão e tortura em Caxias, e os primeiros anos após a Revolução de Abril. Resistência e liberdade foram os bons tempos. Abandonou a disciplina partidária quando Carlos Brito foi suspenso, Edgar Correia e Carlos Luís Figueira expulsos e o Novo Impulso passou ao índex. Admirou Álvaro Cunhal, mas por seis vezes é crítico com o seu legado que também refere como lastro. Aponta contradições insuperáveis e, em dois momentos, ironiza com o discurso propalado pela direcção comunista da certeza histórica e de errados estarem sempre os outros. Conta também episódios e histórias: “Em 1974, Marcelo disse-me que era marxista não leninista.” Foi uma confidência do então jovem assistente da Faculdade de Direito de Lisboa. “Já nessa altura capaz de coisas extraordinárias”, comenta com sorna, revelando estórias das suas memórias a serem publicadas em breve.

Está a ultimar as suas memórias onde narra a vida do camarada Estrada até ao desencanto. Ainda é comunista?

Acho que sou comunista no sentido de portador de um ideal que permita à sociedade viver na ausência da exploração capitalista actual, de uma sociedade em que os principais meios de produção estejam ao serviço da comunidade sem que tal signifique a liquidação da miríade de capitalistas e a proletarização que Marx previu. A massa de assalariados que existe não corresponde a essa ideia de proletarização. Se hoje perguntar a um desses assalariados se se identifica com o proletariado, ele até se assusta. O capitalismo não é o fim da História, a seguir a esta formação económica há-de surgir outra. Independentemente da palavra estar conspurcada por factos e acontecimentos que não são exactamente os propalados pelo socialismo, creio que a nova sociedade será socialista. Como se passará para o comunismo é mera utopia, mas era mais utópico Espártaco imaginar o fim do esclavagismo de que pensarmos numa sociedade em que não haja esta desigualdade social tão profunda para a qual o capitalismo parece não encontrar resposta. Por isso é necessário esse salto para uma sociedade socialista. E, nesse sentido, o ideal comunista de um comunista sem partido, pode corresponder a uma sociedade utopicamente designada como comunista.

É incómodo ser um comunista sem partido?

É incómodo em todos os sentidos, é quase como ser um órfão de pai e mãe.

Sente essa orfandade ou sente uma libertação?

Sinto as duas coisas. Por um lado, uma certa libertação porque não optei pelo PCP por obrigação, mas por uma opção muito livre. Ter saído do partido criou-me essa angústia de não ter organização e, ao mesmo tempo, a libertação de pensar exclusivamente pela minha cabeça. Mas creio que as sociedades não são feitas de homens sós, não somos a soma de milhões de indivíduos sós.

Há muita gente como você?

Na situação portuguesa acho que existem bastantes activistas políticos, mesmo muitos, que foram quase todos do PCP, que não se sentem identificados com o PCP.

Da sua reflexão, depreende-se que pode haver democracia com capitalismo. Foi esse o engano histórico de Álvaro Cunhal?

Álvaro Cunhal partiu de um pressuposto que não se verificou e, nesse sentido, errou. E deixou um lastro que não é favorável ao PCP. Álvaro Cunhal considerou que em Portugal liberdade e democracia não eram compatíveis com os monopólios, sobretudo porque a ditadura correspondeu a uma aliança com o capitalismo monopolista de Estado. Numa primeira fase do PREC [Processo Revolucionário em Curso] foi possível esboçar um projecto de reforma agrária e as nacionalizações, pelo que Cunhal viu confirmada a sua tese. Só que a História não acabou aí, prolongou-se. Não se confirmou a ideia de que em Portugal nunca a liberdade e a democracia se podiam compaginar com o capitalismo. O que levou a que na luta política, em determinados momentos, se considerasse que os partidos democráticos eram o PCP e pouco mais. Às vezes nem o PS. Este facto criou na sociedade e dentro do próprio partido uma dificuldade de relacionamento com outras forças políticas, incluindo o PS. Não estou a retirar as responsabilidades próprias do PS que em circunstâncias várias, não só então mas ainda hoje, prefere alianças muito mais á direita do que à esquerda. Mas tal não obsta a que se diga que não se verificou essa visão das liberdades democráticas serem incompatíveis com o capitalismo.

Afinal, o PS sempre pode ser sócio. O PCP explicou bem aos militantes os limites da geringonça?

O PCP vive essa contradição insuperável de se considerar único e ao mesmo tempo perceber que não o é. De compreender que são importantes alianças para avanços na sociedade e ao mesmo tempo não ser capaz, face ao seu discurso e ao lastro que vem do tempo de Cunhal, de colocar o PS no exacto ponto em que ele está. O PS é um partido sem o qual nem o PCP nem o Bloco de Esquerda conseguem fazer alterações na sociedade portuguesa. A partir daqui, ou se parte para uma definição estratégica revolucionária de luta armada, o que seria uma loucura, é impensável, ou é com o PS. E para ser com o PS é necessário que estes dois partidos [PCP e Bloco de Esquerda] ganhem influência na sociedade. Lembro que o PCP esteve no Governo com o Mário Soares, o Sá Carneiro, o Magalhães Mota nos primeiros executivos provisórios e o partido não perdeu força, ganhou-a. Ir para o governo não significa, necessariamente, perder força. Pelo contrário, significa criar condições para melhor explicar que conta na sociedade. Quando na Câmara de Lisboa o PCP fez acordos com Jorge Sampaio a única coisa que tinha a fazer era trabalhar melhor com a sociedade. Dizer mal, às vezes com razão, das posições do PS não chega, é necessária outra habilidade e capacidade para mostrar quais são as propostas do PCP e o que se conseguiu. É normal neste contexto, com o lastro que vem de trás, que haja militantes que não percebam que o PCP prestou um serviço notável à democracia portuguesa ao contribuir para travar o empobrecimento a que Pedro Passos Coelho, Paulo Portas e Assunção Cristas queriam levar o país. Na noite das eleições de 2015, quando Passos Coelho teve mais votos que António Costa, Jerónimo de Sousa disse que só não havia governo se o PS não quisesse. É de se lhe tirar o chapéu, abriu a porta à possibilidade de um acordo.

Ter apoiado o Governo de António Costa é a realpolitik de Jerónimo de Sousa?

O acordo entre o PCP e o PS para que os orçamentos destes quatro anos fossem aprovados com melhoria das condições pode ser realpolitik. Diz-se que a realpolitik não é a política que se pretende, mas a possível. Se o PCP considerar como mera realpolitik e não como a política e o caminho de facto, não é entregar-se ao PS mas conseguir na luta um projecto de avanço na sociedade em que o PS é parceiro inultrapassável, continuamos na realpolitik de dizer uma coisa e fazer outra. Assim, nunca os militantes do PCP vão compreender. É preciso que a gente mais nova perceba a importância de um projecto em que o PCP conta com a sua política e não com uma coisa que tem de ser à martelada, uma espécie de óleo de fígado de bacalhau. Esta é a única política em Portugal para que PCP, Bloco e PS possam fazer o país avançar. Independentemente das vicissitudes do processo e que o próprio PS tenha.

De eleição em eleição, de mau resultado para mau resultado, para onde vai o PCP?

É uma angústia para uma pessoa que esteve 40 anos no partido. Essa pergunta até era mais fácil de responder se dentro do próprio partido houvesse um sobressalto, um assumir de que este não pode ser o caminho. De que as pessoas de esquerda estão erradas e de que a direcção do PCP é a única certa. O PCP não é capaz de explicar, e aí está o seu mal, como em Loures não há anticomunismo e em Almada há. Os resultados das últimas eleições municipais foram os que foram e a postura do PCP tem de ser da maior humildade, da procura do caminho para encontrar a resposta às suas deficiências. Não há dúvida que houve deficiências no trabalho de Almada, que não foram as mesmas de Setúbal, onde o partido se reforçou. No Alandroal, por exemplo, perdeu, mas em Vila Viçosa ganhou. Tem de haver mais densidade e maior responsabilidade mesmo que tal signifique correcções. Parece que é disso que a direcção do PCP tem medo. Alguém que não tenha necessidade de se corrigir, de verificar o que está certo ou errado, está petrificado. E o PCP, que tem sempre razão e são os outros que estão errados, é um partido que não tem futuro. Espera-se que o mais antigo partido de Portugal, que tanto deu a este país, possa ter um assomo de responsabilização de si próprio e mudar a sua postura.

Acha possível?

Sou um homem de 70 anos, já vi muita coisa, mas temo que seja tarde demais. Se reparar, pela Europa fora, aqueles que não mudaram a tempo desapareceram.

O PCP corre esse risco?

O PCP pode definhar, definhar, até deixar de contar. Eu, que não tenho partido, espero que não seja isso que aconteça, porque, mesmo que outras forças de esquerda pensem que ganham com isso, não ganharão. Há sectores dos trabalhadores e da população portuguesa que só se identificam com o PCP.

Em França, foram para o populismo de Le Pen…

Daí a importância do PCP ser capaz da correcção. Não podemos dizer de eleição para eleição que o mal é sempre dos outros.

Foi um dos protagonistas de uma derrota de Cunhal no comité central com o Novo Impulso. Acabou por sair. Saiu triste?

Sim, bastante. É uma dificuldade para uma geração como a minha que desde a juventude, da força da idade, se identifica com uma causa e passa a funcionar no partido, verificar com a mesma intensidade com que lutou que o partido não vai mudar, como se acha que devia mudar. Enveredaram pelas sanções disciplinares a Carlos Brito, Edgar Correia e Carlos Luís Figueira, numa política de terra teimada no momento em que por todo o mundo se discutia o ideal comunista a seguir à implosão da URSS. Quando se pretende discutir como o partido se deve organizar, o que só mostra vontade de participar e de melhorar, e dizerem que a ideia está liquidada e que se deve ser expulso, que se está no índex depois de 40 anos de partido, deixa uma tristeza profunda.

Esperava comportamento diferente de Cunhal, com quem trabalhou anos e anos?

Quando conhecemos ao longo dos anos o involuir de uma pessoa já não é uma surpresa muito grande perceber que o camarada Álvaro Cunhal pudesse desembocar nisto. O que é para mim uma surpresa muito grande, e uma certa tristeza, é que Cunhal tudo tenha feito para que as opiniões dos dirigentes do PCP passassem sempre pelo crivo da direcção. Que ele tenha feito disto um cavalo de batalha e tenha sido o primeiro a dar uma entrevista ao El Mundo, um jornal de direita em Espanha, criticando a direcção de Carvalhas por ser oportunista e liquidacionista quando surgiu o Novo Impulso… Sabermos até onde cada um de nós pode chegar, até onde pode chegar um dirigente político, é sempre a imprevisibilidade da natureza humana. Achava que Cunhal não seria capaz, tanto mais que foi ele quem batalhou para que fosse Carlos Carvalhas o adjunto, de considerar que aquela direcção era liquidacionista só porque pretendia nas zonas onde havia dificuldade do partido singrar abrir à militância para que os militantes pudessem ser donos do seu partido.

Porque é que o PCP define como socialistas regimes no mínimo ridículos?

Tenho a convicção de que este também é um legado de Álvaro Cunhal. Custa muito aos que trabalharam e estiveram no partido, que incarnaram a figura de Cunhal como extraordinária, de um homem muito capaz e dedicado, perceber a sua postura perante os países socialistas. De a URSS ser o sol da terra e não permitir críticas, sem distanciamento. O mais grave é que esse mundo desapareceu e não vai voltar. Quando houver, de novo, esforços na construção do socialismo, porque vai haver, não será assim. Aquilo acabou, está no caixote do lixo da história, ninguém mais quer. Reparem no que o socialismo gerou: Victor Orbán, Merkel, os polacos, toda esta gente estava nos partidos ou próxima dos partidos líderes de então. O que essas sociedades trouxeram foi isso. Não estamos no tal homem novo. É o Putin? É muito importante analisar isto, porque foi esta a educação dos militantes do PCP durante anos, anos e anos sempre a pregar as virtudes do socialismo. Hoje é difícil recuar, mas é necessário ultrapassar isso. Nesse sentido, Álvaro Cunhal tem enormes responsabilidades de ter deixado este legado ao partido.

Tudo começou com um tímido apoio à perestroika…

Primeiro, houve um distanciamento claro. Depois, quando se verificou que era irreversível, houve congressos que deram passos corajosos, que consideraram muito mal ter-se impedido os membros do partido de criticarem aspectos negativos, crimes inclusivamente, de Estaline contra comunistas e contra a população em geral. Mas isto coexistia com outro discurso. Quando as coisas não correram bem à perestroika, aquela linha que achava que se podia lançar o menino com a água ganhou força, em vez de perceber que não havia retorno.

Depois, houve dois comunicados sobre Tianamem…

E dois comunicados sobre os acontecimentos de Moscovo…

É problemático o mapa mundi do PCP?

Quando encaramos as sociedades e um projecto político não estamos a falar de química ou física, a decompor água em oxigénio ou hidrogénio. Essa incerteza torna mais difícil aceitar que se possa ter ido tão longe nesse subjectivismo de ligação de um partido tão forte como o PCP a outros partidos e experiências que se vieram a revelar fora da história. Por um exercício de que é grande responsável, Álvaro Cunhal criou a ideia no partido de que havia países progressistas que estavam a caminho do socialismo. Hoje vemos como estão a Etiópia, o MPLA, a FRELIMO. Quando o mundo dava mostras de mudança e da incapacidade da URSS de prosseguir a sua política, para o PCP, dado o seu voluntarismo, o processo revolucionário continuava a aprofundar-se.

Viveu vários tempos, da resistência a funcionário, de estudante a dirigente. Com qual PCP fica?

Com o PCP de 1969/70 até 1980.

Não com o PCP que o inquiriu por uma visita a Nova Iorque?

Não, de certeza que não. Esse é o PCP que não tem futuro, se não mudar não tem futuro.

Em 1974, na Faculdade de Direito, parou in extremis o “julgamento popular” do professor Cavaleiro Ferreira, antigo ministro da Justiça de Salazar. Que mais memórias tem do seu PREC?

Nessa altura, havia em Portugal uma organização política que se declarava marxista-leninista-estalinista-maoista de onde saíram quadros como Durão Barroso, Saldanha Sanches, Maria José Morgado, Ana Gomes, gente hoje muito importante neste país, que achava que os pides deviam morrer na rua. Estavam sempre disponíveis para ultrapassar o PCP, consideravam que o 25 de Abril era um golpe de Estado para evitar a revolução dos ventos de Leste que devia mudar Portugal. Hoje parece ridículo, mas era assim. Portanto, qualquer pide não era preso e sujeito a julgamento, mas morria na rua. Nesse clima provocatório fui alertado de que estava a decorrer um tribunal popular na Faculdade de Direito em que estava a ser “julgado” Cavaleiro Ferreira. Tinha sido eu que a 29 de Abril de 1974 lhe dissera que não dava mais aulas, e quando me viu nem sabia o que podia esperar. Falei, falei, falei, até chegar o COPCON e o tirar da Faculdade. Havia professores, como Magalhães Colaço ou Palma Carlos, que achavam que a UEC [União dos Estudantes Comunistas] era uma força construtiva. Naquela altura, em que todos eram socialistas, também lá havia um assistente, o Dr. Marcelo Rebelo de Sousa. Já nessa altura capaz de coisas extraordinárias. Uma vez disse-me que era marxista não leninista. Olhava-se para ele e via-se logo que era um pilar do marxismo.

Foi torturado e a sua prisão em Caxias levou a um intenso episódio familiar. A revolta do seu pai contra o regime…

O meu pai, que era católico e conservador, trabalhou no volfrâmio e tinha subido a pique, achava que António de Oliveira Salazar tinha sido um homem extraordinário. Não acreditava que fosse possível existirem as prisões que a oposição dizia existirem. Aliás, a maior parte do país não tinha a noção. Havia uns tipos que eram presos, mas ninguém sabia o que era Caxias, o que era Peniche, a não ser aqueles que por lá tinham passado. Quando fui preso, para um homem do regime como o meu pai não poder abraçar o filho no parlatório nem sequer dar-lhe um cigarro… Foi para ele um choque tremendo. Uma coisa que nunca mais pôde aceitar. Nesse aspecto provocou-lhe uma mudança muito grande.

Ele nunca suspeitou das suas actividades?

Ele não era estúpido, era esperto, mas nunca ao ponto de pensar que lhe iam buscar o filho a casa. Claro que desconfiava, tenho quase a certeza que vivia numa enorme angústia, mas sempre pensando que, por ser a pessoa que era, não lhe iam buscar o filho.

Sentiu que eram poucos os que estavam à vontade com aquele regime?

Muitas vezes tive essa noção. Inclusivamente, em 1973 queria ir a Londres, quando então a cidade fina da esquerda era Paris, e não me davam o passaporte. O meu pai era amigo do Governador Civil de Aveiro e ele disse-lhe para me perguntar se eu voltava. Se ele voltar, tem o passaporte, garantiu-lhe. Fui e voltei.

Nem tudo era a branco e preto…

No PCP, durante a resistência e a ditadura, o maniqueísmo existia mais nos dirigentes. Os que estávamos com os pés na terra, que estávamos no terreno, não podíamos ser maniqueístas porque senão não tínhamos o apoio de ninguém. Nessa altura, o prestigio de um sindicalista bancário, dos seguros, dos electricistas, dos transportes fazia com que tivesse a classe atrás de si. O maniqueísmo estava mais acima, nem tudo era a branco e preto.

A esquerda perdeu essa paleta diversificada?

Por vezes, o complexo do partido faz perder a capacidade de ver para além do próprio partido. E o Bloco também aparece já com essa atitude. É muito importante que as formações partidárias não se fechem ao mundo, que não fiquem dentro de si próprias, que possam ir para além e deixem de ver os que não são como tendo de ser iguais. Essa necessidade de compreender as diversas camadas da população na sua crueza impõe que caiam os óculos partidários para ganhar a riqueza que vem da ligação à vida.

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