Aos Amigos Benfiquistas (3ª Parte) Alea Jacta Est

Os mais velhos lembrar-se-ão de uma frase que correu o país quando a Universidade de Coimbra estava ocupada pela polícia na sequência dos acontecimentos de abril de 1969.

A universidade vivia em pleno estado de sítio com greve às aulas e mais tarde aos exames. Nessa ocasião, o então Ministro da Educação, Hermano Saraiva, proclamava que reinava a calma e a tranquilidade em Coimbra.

O pouco que se passava, segundo o Ministro, resultava da ação de provocadores infiltrados devido à ingenuidade da juventude universitária.

Tempos de dor e de desgraça e simultaneamente de uma esperança que despontou também em abril, cinco anos mais tarde.

Sob o manto de repressão serenava a calma e a tranquilidade.

Nessa altura distanciando-se dos empedernidos do regime, professores de todas as faculdades condenaram a repressão, criando na própria Academia um clima que anunciava o futuro em que mestres e estudantes usufruíam a mesma liberdade.

A instituição era manchada por certas condutas dos seus dirigentes, mas outros elementos do corpo docente desfraldaram a bandeira da honradez.

Quando no dia 08/03/2018, Fernando Tavares, Vice-Presidente da S.L.Benfica, por ocasião da apresentação da equipa feminina de futebol, afirmou a propósito da detenção de Paulo Gonçalves e da E.toupeira que …” O Benfica vive um estado de normalidade e tranquilidade”… assinala de maneira notável o que é para ele, alto dirigente do SLB, um estado de normalidade e tranquilidade.

A existência de indícios relevantes da infiltração de quadros de SLB na estrutura do CITIUS para espiar a justiça é um ato próprio de um estado de normalidade e tranquilidade.

Dizem que Paulo Gonçalves era ou é o braço direito de Luís Filipe Vieira, que é arguido na operação Lex que envolve Rangel.

A PJ esteve, pelo menos, duas vezes a fazer buscas no Estádio do Benfica.

E, apesar disso, segundo Fernando Tavares o Benfica vive um!!! estado de normalidade e tranquilidade! Talvez. Se nos habituarem a todos esta normalidade e tranquilidade, vários anos após a passagem do glorioso presidente Vale e Azevedo.

Falando como falou, Fernando Tavares, disse à nação benfiquista, o que ele entende por normalidade e tranquilidade.

Falta agora a nação benfiquista aceitar ou achar que naquela instituição não é normal tantos indícios de práticas criminosas. Alea jacta est.

Um pensamento sobre “Aos Amigos Benfiquistas (3ª Parte) Alea Jacta Est

Deixe uma resposta para Frederico Tavares Cancelar resposta