Não há muito pudemos ver uma mulher aproximar-se de um homem numa fila do aeroporto internacional de Kuala Lumpur e colocar-lhe na cara algo que o levou à morte.
O homem que morreu era meio irmão do Presidente da Coreia do Norte.
Os irmãos, mesmo quando apenas filhos do mesmo pai, protegem-se e auxiliam-se uns aos outros. É o que se sabe. Pode acontecer não serem grandes amigos. Há, todos conhecem, casos de irmãos não se darem. É da vida.
Um Presidente da República de um país pode ter um irmão ou meio irmão de quem não seja amigo ou com quem não se dê bem por motivos vários, sobretudo se desconfiar que pode ter apoios no país vizinho.
Mas em pleno século XXI um Presidente da República ordenar a morte do seu meio irmão num outro país afetando, para tanto, meios químicos, só ao alcance do Estado, é algo que ultrapassa de um modo violento a normalidade de um Estado se relacionar com outros Estados.
E que pensar de um homem de pouco mais de trinta anos se relacionar com o familiar meio irmão um pouco mais idoso perpetrando o seu homicídio…
Talvez se possa imaginar, que se para assassinar o seu meio irmão é capaz de criar um problema gigantesco com a Malásia, a sua capacidade de aterrorizar a população da Coreia do Norte, que sendo uma República é dirigida como se fosse uma monarquia de há cinco ou seis séculos retratadas nas obras de William Shakespear, não deve ter limites.
Pobre coreanos cujo país tem bombas atómicas e um presidente capaz de fratricídio. No entanto não têm alimento, nem sossego.
Cuidado com as gralhas, Domingos Lopes!
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