Vivemos um tempo em que o presente se destina a fazer desaparecer o passado, incluindo o recente, a fim de criar no quotidiano uma nova mensagem cuja sustentação nada importa.
O CDS que esteve orgulhoso com o PPD/PSD no governo cuja linha era empobrecer os portugueses e durante quatro anos teve a responsabilidade direta da Agricultura e Pescas, da Economia, Segurança Social acabou de realizar o seu Congresso e eleger Cristas para substituir Portas.
Cristas foi uma importante ministra na coligação derrotada e Mota Soares o Ministro da Segurança Social, Pires de Lima na Economia e Portas Vice-Primeiro.
O CDS teve quatro longos anos para mostrar o que valia. Não mostrou nada que o diferenciasse do PSD; a única vez que o fez armou uma crise tremenda e trocou uma suposta diferença por um posto de Vice-Primeiro…De resto andaram juntinhos, juntinhos, no governo e no Prá Frente Portugal. Tudo limpinho, limpinho.
Cristas anunciou que quer uma reforma na Segurança Social…agora! É preciso lata, então que esteve a fazer no governo? A contra reforma.
Na Economia que fez para além da sobranceria na gestão das privatizações? E na Agricultura e Pescas?
O CDS esteve hibernado à sombra do PSD ou esteve a dirigir ideologicamente o PSD ou a fazer os dois papeis em simultâneo e acordou no Congresso para descartar implicitamente o passado criando um redemoinho de nada para esconder as pegadas políticas ao serviço do governo PSD/CDS.
O mais espantoso deste circo armado em Gondomar é o tratamento dos meios de comunicação social deste congresso. O “show must go on” e venha daí uma mulher com …”o passado a aplaudir o futuro…”
Alguém que tratou o PS abaixo de cão, que o ridicularizou até ao delírio, quer agora acordos com o PS na pasta que teve durante quatro anos? Vejam lá.
Que pensaria Passos Coelho de Assunção Cristas quando ouviu estas declarações? Que amigos que nós éramos…
Nova corrida, nova viagem. Foi embora o “jarrão chinês” devidamente equipado com visto e vem agora a mulher do passado com futuro, mesmo que o passado esteja em total contradição com o presente. O que conta é mesmo o poder. E para atingi-lo vale tudo. Incluindo juntar-se ao PS…para o CDS o PSD é coisa do passado se o PS quiser; se não quiser o PSD é o futuro de um partido que nunca assume que fez o que fez; só o que não fará.
… renasce, qual Fénix, o velho partido charneira…!
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