A Estirpe destes Cavalheiros da Desgraça

Vêm de muito longe. Houve tempos que chocaram com o poder estabelecido. Um tempo em que jogavam a honra e a vida. Custou caro afirmarem-se. Tinham em cima deles senhores feudais e reis. O crescimento de suas fortunas varreu os espartilhos da nobreza decadente. Ganharam a batalha e assenhorearam-se de riquezas imensas.

Hoje são homens, quase todos. Vestem fatos escuros e camisas resplandecentes de branco com gravata atarraxada no centro do colarinho. A estirpe destes homens impõe-lhes essa divindade que é a gravata. Alguns deles dormem com as gravatas. Em fantasias.

Do alto da sua frieza de marca são os donos disto. E daquilo. Outros pelo andar do tempo serão mais donos disto que os de cá.

São homens com seis letras H-O-M-E-N-S. Mas se bem se reparar têm milhares de letras de crédito.

Todos têm como limite não apenas isto e aquilo, mas o tudo. Tudo é o último limite destes homens que não hesitam em engolir os seus irmãos para se alcandorarem ao mais alto poder.

Aliás é tudo uma questão de força, de poder porque o poder pode e quem pode manda. Gabaram-se de serem exímios gestores, capazes de se tornarem ricos e fortes e de darem dinheiro a quem arriscasse. Logo os gabaram, sobretudo os que deles dependiam.

Homens graves, como os fatos. Tonitruantes sem elevarem a voz. Apenas as ações cotadas em Bolsa sobem ou baixam. Homens benditos, católicos todos os dias, os deste lado do mundo, mesmo quando desbastam rendimentos de centenas de milhares de néscios que acreditaram neles.

Expeditos na sua ladinice estão presentes em todas as campanhas para escolher os representantes do povo, sobretudo apoiando os que vão ganhar, outras vezes os que vão perder pela simples razão de constatarem que quem perde pode ganhar e é bom construir o futuro desde cedo.

Prefeririam até que os vocacionados para governar ganhassem em conjunto a fim de impedir surpresas desagradáveis, pois às vezes o povo que “aguenta-aguenta” não aguenta e é um sarilho quando mete as mãos no futuro e puxa as rédeas a seu sabor…

Muitos destes homens ostentam comendas e outras condecorações. O poder político não prescinde deles e até se dá o caso de irem em auxílio uns dos outros; dito de outro modo os banqueiros ajudam a colocar no poder certos políticos e estes, por sua vez, não hesitam e vão diligentes em socorro, com o dinheiro de todos, entregando-o aos “aflitos” para cobrir imparidades e prejuízos.

Sentem o seu poderio de tal modo que deixaram para trás tudo o que os distinguiu há centenas de anos: a honra e a vergonha da má fama.

No mundo dos famosos e das coisas dos famosos onde se veem e reveem metalizados e dourados são olhados pela basbaquice dos concidadãos.

Hoje alguns deles, na gula insaciável, indo muito para além de uma gestão com o mínimo de rigor, implodiram e confundindo deliberadamente as suas culpas dolosas com a missão a que se destinavam e traíram, exigem que sejam os cidadãos a pagar os seus desmandos.

Do alto da sua arrogância e da sua frieza beneficiam de um poder político-judicial capaz de condenar a mais de uma dezena de anos um burlão, mas que ainda não foi capaz de condenar um destes impantes cavalheiros.

Vestidos de escuros e de camisas brancas resplandecentes e de gravata atarraxada no centro do colarinho estes senhores estão mostrando ao país o que verdadeiramente são na atualidade, um bando de predadores orientados a destruírem a riqueza produzido pelos portugueses a quem os seus serventuários Cavaco, Portas, Maria Luís e Carlos Costa condenaram à austeridade.

São cavalheiros que congeminaram que a democracia era uma espécie de manjedoura onde se podiam saciar à exaustão. E estão a morrer de congestão. O mal é que a sua morte leva a que outros da mesma estirpe se apoderem dos restos e o Estado aguente as tais imparidades e os tais prejuízos.

Quem os viu e quem os vê. Quem pode confiar nos cavalheiros para além do Dr Cavaco, do Dr Passos, do Dr Portas e Cª e todos os Catums, Guilhermes e Cª?

O reino destes homens de escuro tresanda a vigarice. São uns salafrários.

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