Vai ser assim até ao último segundo do seu mandato, amarrado como uma lapa à ideologia neoliberal.
Ontem dia 22 Cavaco Silva alegou no Conselho de Diáspora que …” em matéria da governação, a realidade acabara sempre por derrotar a ideologia”… o que domina na zona euro é … “o pragmatismo…”
O autor de semelhante afirmação defende que o pragmatismo não é uma ideologia, um conjunto de ideias, de convicções que fundam um certo modo de governar.
O PR defende que na zona euro não há ideologia e que, portanto, a austeridade não se funda num conjunto de ideias e de princípios que visam impor aos povos sacrifícios para que o sacrossanto mercado financeiro não estoire, mesmo que estoirem os cidadãos.
As ideias e princípios que se fundam na liquidação do Estado social ou na sua severa limitação e na entrega aos privados das riquezas nacionais é um dos pilares ideológicos do neoliberalismo.
Estes ideólogos do neoliberalismo não têm coragem de chamar ao seu sistema de pensamento e ação uma ideologia.
E não o fazem porque a ideologia que professam funda-se na ideia que não há alternativa ao neoliberalismo. Defendem que sendo o único sistema de governo não lugar para a discussão ideológica…
Foi com Passos e com Portas que já se foram… É com Cavaco que se vai… Ou se aceita este cardápio de Berlim ou fora da Europa (zona euro) porque esta é a governação “sem ideologia”, ao serviço daquele conjunto de ideias, convicções e princípios que conduziram a este deplorável estado de coisas e que são a base da ideologia neoliberal.
Estas ideias de Cavaco são parte integrante da ideologia dominante, a da submissão de tudo e todos ao sistema financeiro, mesmo quando em Portugal “pragmaticamente” falando só sobrevive graças ao Estado.
Até ao último segundo Cavaco homem com convicções e princípios de que tudo se deve submeter aos mercados e seus valores vai continuar a esconder esta ideologia e a calcar a Constituição da República que jurou defender.Como uma lapa agarrado ao penedo do neoliberalismo.
domingos lopes