Sejamos claros. Os homens são iguais e são diferentes. São iguais naquele impulso de arrebatamento pelas autoridades que comandaram o país até ao 25 de Abril de 1974.
Um mais traquinas. Outro mais raposão. Um mais vistoso. Outro mais circunspecto. Um mais balseiro. Outro com o ar de que seu doutoramento em York é qualquer coisa de extraordinária. Um mais dado ao show. Outro com a tendência de que o país depende de um sinal de S. Bento (quando era 1º) ou de Belém onde faz de conta que é o presidente de todos os portugueses.
Um mais arrebatado que se lança ao rio e que bebe minis com a arraia- miúda.
Outro a armar a desportista a subir o coqueiro em S. Tomé deixando aflita a Maria, não fosse o país perder o salvador.
Um mais frenético, não para de ler, de ensinar, de corrigir, de comentar, de falar, de ir ao futebol, de estar onde é bom estar, desde que se veja.
Outro morde pela calada.
Um mais dado a congeminar, mas querendo que se saiba que domina a arte da congeminação.
Outro mais de agradar a quem tem mando cá, mas sobretudo lá, fazendo dessa submissão a sua postura altaneira.
Um mais ao sabor das modas, mais surfista.
Outro mais velhaco; coleciona amigos em lugares chave e quando depois de o servirem e se servirem à grande à alemã, deixa-os cair e sacode a caspa do casaco.
Ambos espertalhões: que ninguém se esqueça da jura de Cavaco a pés firmes à cooperação estratégica com o governo de José Sócrates quando este teve maioria absoluta; que todos se lembrem dos elogios de Marcelo ao atual governo.
Cavaco era e é um raposo da política.
Marcelo um especialista em movimentar-se na crista das ondas.
Ambos uns figurões capazes de tudo para se alcandorarem ao mais elevado cargo da República.
Bem, apesar das diferenças de conduta assinaladas, não se pode sustentar que o Marcelo ostente cabeça quadrada e oca e que tenha uma anormal capacidade de prosseguir no erro e de alheamento da realidade que o atual P tem.
Deus nosso senhor o leve. Bastam 10 anos de descredito duma instituição fundamental. A própria Direita percebeu isso. Mesmo que as posições do Marcelo venham duma matriz passadista e de direita, tentara´ o protagonismo a todo o custo, mas dentro de um quadro democratico. O C não foi mais longe porque a correlação de forças nunca lho permitiu. Pela sua incultura, alheamento da realidade social, dogmatismo e olhar permanente do próprio umbigo, o PR atual dava um duce tecnocrata (de aparência) de qualquer regime fascistoide ou fascista, imposto por militares em reino sul americano. O Marcelo tem outro perfil, pesem embora as suas origens e interesses de classe, vai ser mais inteligente. E a estupidez sempre foi uma fonte de retrocesso. Não sendo uma inevitabilidade, a mudança não sera para pior.
Abraço
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