Cavaco não tem cura. A sua pulsão pela direita é de tal ordem que entrou em cheio na pré campanha eleitoral a favor da coligação governamental. Nem no fim do seu mandato ousa cumprir a Constituição e ser pelo menos uma vez o Presidente de todos os portugueses.
Ontem à tarde em Mafra saiu a terreiro a dar conta do que passou na Cimeira de Chefes de Estado que decidiu impor à Grécia um acordo de usurários, desmentindo Junker que esteve onde ele não esteve, na Cimeira.
Cavaco esteve onde sempre esteve – a defender o filho adotivo, Passos Coelho.
À hora do telejornal a defender a coligação a propósito da marcação da data das eleições. Um verdadeiro escândalo: Cavaco a querer substituir apavorado a vontade dos portugueses. O que ele disse foi isto: votem na coligação do PSD/CDS porque é estável, leia-se tendo maioria absoluta faz no Parlamento o que quiser.
Cavaco marimba-se para a real vontade dos portugueses: o que ele quer é que a coligação continue a governar nem que seja pelo argumento ad terrorem . Se não votarem na coligação votam na instabilidade e num futuro negro porque não se sabe quem vai governar. E deu exemplos que para quem tenha conhecimento de causa, como gosta de apregoar, vão em sentido contrário na medida em quer na Alemanha, quer na Finlândia, quer na Dinamarca ou até na Suécia não houve maiorias absolutos num partido ou numa coligação.
O que Cavaco sabe e não diz é que este apelo destina-se a condicionar o voto dos portugueses, dado que as sondagens não dão maioria absoluta nem à coligação, nem ao PS.
Uma leitura aparentemente mais bondosa seria aceitar por parte do PR que o PS pudesse ter maioria absoluta, porém um PS com maioria absoluto é um PS sem controlo de quem quer que fosse no Parlamento. A cumprir o Tratado Orçamental e a continuar a austeridade sem possibilidade no Parlamento de lhe por qualquer obstáculo.
Na atual situação qualquer maioria absoluta será boa para prosseguir a política austeritária em contraste com maiorias relativas que obrigarão a negociações em que a vontade plural dos portugueses estará mais próxima de ser respeitada.
O PR na sua comunicação não se ficou pelo anúncio da data das eleições como era seu dever constitucional. Decidiu intervir na vida político-partidária apelando à continuidade via estabilidade e socorrendo-se dos sacrifícios realizados pela população para proclamar que doravante a vida será melhor.
Está a tirar a dianteira a Paulo Portas na arte da propaganda. Cavaco, o sério, a acabar como propagandista em Belém.
Completamente de acordo, ele nunca foi o presidente de “todos os portugueses”, hoje Passos Coelho na TVI optou por uma estratégia de medo ou nós ou o descalabro !!!!
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