As palavras são palavras. Têm sentido. Valor. Significado. As palavras não foram feitas para engendrar a arte de através delas nos enganarmos uns aos outros, de com elas ludibriar os concidadãos e obter altas vantagens em detrimento do bem público.
Após ter sido nomeado Primeiro-Ministro Passos Coelho proclamou alto e bom som que o seu programa governamental era para empobrecer Portugal. E empobreceu. Fez tudo ao contrário do que prometera na campanha eleitoral. A verdade é esta: com este governo os portugueses regrediram o seu nível de vida aos anos de 1990; estando hoje 25% abaixo do nível europeu, como revela um estudo dirigido por Augusto Mateus e encomendado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos.
Portugal perdeu cerca de trezentos mil empregos e é campeão em emigrantes em toda a União Europeia.
Olhando a paisagem industrial, comercial e dos serviços que nos cerca o que vemos é desgraça.
Pioraram os serviços de saúde. A Educação pública baixou de nível. Portugal não está, por isso, melhor do que estava antes do resgate. Está claramente pior.
As desigualdades sociais são gritantes, tão gritantes que o responsável pelo seu aumento nos últimos anos vem declarar “guerra sem quartel às desigualdades”.
A palavra é um dos instrumentos mais nobres da natureza humana. Ela permite-nos aprender, ensinar, amar, trabalhar, inventar…
A palavra está dentro de cada um. Quando a usamos ela ganha toda a sua força para o bem e o mal.
Quando alguém diz que Portugal está agora melhor que em 2011, que o povo português empobrecendo fica melhor é porque já perdeu o sentido último das palavras.
É porque dentro de si, seco por tanta mentira, já se murchou definitivamente a verdura honrada das palavras.
Que dizer, pois, de um homem que criou tantas desigualdades sociais vir declarar antes das eleições “guerra sem quartel” às desigualdades sociais?
Que é irrevogavelmente um mequetrefe.
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