Quando se confronta o mundo real que é o Portugal dos nossos tristes e desesperançados dias com as declarações dos governantes há um mundo de permeio a separar as declarações e a vida que os portugueses carregam.
As principais figuras da governança acenam com êxitos e El Dorados do Minho aos Açores passando pelas Selvagens…
Aproveitando as comemorações da vitória de Portugal contra Castela na batalha dos Atoleiros, em Fronteira, Passos Coelho teceu loas à política do governo e ao programa da troika elogiando o estado atual do país.
Portas não se conteve e falou dos fundos europeus e dos 97% de utilização sem uma palavra a quem se destinam. Tenha-se presente o tempo dos dez anos de Cavaco a distribuir fundos.
A Sra Ministra das Finanças encheu os cofres do Estado e nem sabe como esvaziá-los tal é a montanha de euros que de repente fez nascente naquele Ministério que habitualmente serve para “perseguir” os portugueses que não são da lista VIP.
Os troikanos de Bruxelas, Berlim e Washington alegam que as suas receitas de cura resultaram e o país está “fixe”.
Porém os dados estatísticos de hoje são claros: há mais duzentos e dez mil portugueses em risco de pobreza do que em 2010; sendo que naquela data um em cada quatro portugueses estava em risco de pobreza.
Também hoje foi anunciado que há cerca de três mil e quinhentos camas a menos nos hospitais públicos e duas mil a mais nos privados.
Ainda hoje foi anunciado que a indústria da restauração continua o curso de falências e há menos quarenta e quatro mil empregos no setor.
Passos, Portas, Maria Luís e até Cavaco correm o mundo a vender o que melhor há em Portugal a preços baratos e oferecendo gente pobre a ganhar pouco. Competividade oblige, n’est pas?.
Há entre esta gente que governa e o país um fosso brutal. Vivem da realidade mediática. Cada um fechado no seu televisor não sabe mais do aquilo de que o inundam. Há uma anestesia descontrolada a curto circuitar a mente das portuguesas e dos portugueses. É essa a verdadeira política deste governo: punir-empobrecer-anestesiar. Eis o êxito.
Pequena correcção de natureza linguística: “Competitividade oblige, n’est-ce pas?”
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