A direita está a mostrar a conceção que tem acerca do cargo Presidente da República.
Bastou o enfastiado Cavaco escrever no prefácio dos Roteiros o que ele entende dever ser o perfil para o ocupante do cargo para alguns dos “famosos” se declararem possuírem o “curriculum” para o abocanharem.
O doutorado de York a fazer de Presidente tem a faculdade presidencial de escrever sobre as suas viagens, sobre o que leva na bagagem para os árabes ou chineses ou mexicanos ou seja para quem for.
Vai explicar (ele gosta muito de explicar) o que se passa por cá, assegurar aos credores contas limpinhas, e levar em catálogo algumas das preciosidades do país para venda, desde cavalos à TAP, de tudo um pouco. Como os tendeiros que iam pelas aldeias em carroças, depois em carrinhas caixões, as Hyace. O Sr. Prof. vai de avião e não leva as fazendas e os produtos, leva grandes comitivas porque é o chefe de Estado …
Nunca se conseguiu apurar o que é que ele conseguiu vender, mas ele diz que se esforçou lá e cá, a explicar qual é a realidade portuguesa, a pedir investimentos e assume neste Roteiro que se não fosse ele a explicar (outra vez) timtim por timtim, o que de excecional o “seu” governo tem feito, Portugal estaria num atoleiro (não está? ).
É no desempenho deste homem e na conceção do cargo que os candidatos da área da direita se encaixam e avançam a pés juntos clamando – olhem para mim, eu cumpro os requisitos.
A direita não quer um presidente que assegure que a Constituição da República, de que ele é o garante do cumprimento, seja respeitada.
A direita quer na presidência um homem com o perfil de Cavaco – um inculto, armado em fiscal ao serviço dos credores, enfatuado.
Tão cheio de si que apesar da sua magreza física e intelectual parece cheio de ar, arrogante, comedidamente treinado.
É nesta criatura que os candidatos de direita se revêm satisfeitos e correm aos saltos, embasbacados, a dizer – estou aqui, estou aqui! Aqui! Não me vêm!