Portas é um propagandista de se lhe tirar o chapéu. Tão propagandista que confunde realidade com o mundo que “vende” nas suas tiradas clássicas acerca do seu papel e do CDS na presente crise.
Para justificar a continuação no poder Portas invocou num jantar na passada sexta o ideário do CDS, isto é, a vocação social cristã.
Portas devia ter consciência que é violação grave de um dos dez Mandamentos invocar o nome de deus em vão. Presumo que na catequese terá aprendido esse comando cristão.
Disse Portas que o CDS foi chamado ao governo num momento de crise, ajudou a vencê-la e agora é a vez de governar em crescimento. E esse é o supremo desejo de Paulo. Na altura da crise, acrescentou, o ideário social cristão amorteceu o impacte da crise.
Portas fez estas declarações com o ar solene, um ar da cor dos seus fatos de Vice. Desde que o CDS e o PSD se aliaram para nos empobrecer o resultado está à vista: desemprego, redução de todos os apoios sociais desde os abonos de família ao subsídio de desemprego. O país recuou mais de uma década. Há cerca de dois milhões de portugueses na pobreza. Há milhares de famílias com homem e mulher desempregados. A família tão cara, em palavras, ao CDS é espremida no torniquete da austeridade e precariedade. A vida familiar sofreu duros golpes do governo de que Vice… roubando-lhe emprego e aumentando a carga de trabalho, tornando o horizonte negro de esperança.
A violência doméstica, espelho da profunda crise, é assustadora.
Centenas de milhares de crianças vão para a escola com fome.
Na agricultura, nas pescas continua a destruição do tecido empresarial e a produção nacional é claramente desvalorizada em detrimento de setores da burguesia parasitária que vive do negócio das importações.
O nível de vida do país caiu tanto que naturalmente irá agora ter crescimento, mas demorará tempo até atingir o nível que tinha quando Portas contribuiu propositadamente para o baixar.
É disto que Portas se gaba? É esta a tão propalada vocação cristã? Com esta vocação pode perguntar-se: se Cristo viesse a este mundo, tão desigual em que meia dúzia de mandarins têm mais que a imensa maioria, visitaria o desgraçado que Mota Soares enviou para a rua ou o Sr Vice? Visitaria quem sofre ou quem oprime? Visitaria o pobre ou o bilionário a quem o poder venera? O que ficou sem o abono ou quem lho tirou?
De que se gaba?
Boa tarde
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Com os meus respeitosos cumprimentos
António Rui Vasconcelos Martins de Nóbrega antonio.rvmd.nobrega@gmail.com
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