Os Mequetrefes no Reino da Desfaçatez

Uma das notas mais salientes destes dias amargurados que os portugueses enfrentam é o reino da desfaçatez que foi tomando conta dos colocam a “vidinha” por riba de tudo. Não basta a pobreza que toca quase dois milhões, não basta o desemprego, a indignidade em que transformaram a ida a um hospital para muitos dos que aí têm de ir, não basta o atroz empobrecimento do país, não basta a corrupção que fica à porta dos banqueiros, não basta o a ocupação do espaço televisivo de “comentadeiros” sintonizados com o governo e o arco da governação, não basta toda esta procissão de gente contente com a desgraça portuguesa…

Depois da vitória de um partido de gregos na Grécia, em Portugal os “comentadeiros” e os dirigentes dos partidos do governo e outros entraram em choque e resolveram atacar o Syriza porque não está a respeitar as promessas eleitorais…Imagine-se.

Alguma desta gente já lhe passou pela cabeça ir consultar as promessas eleitorais de Coelho e Portas?

O que é hoje morador do Palácio de S.Bento prometeu de tudo: que estava contra o PEC4, contra o aumento de impostos, contra os despedimentos na Função Pública, contra a destruição do Estado Social, contra as privatizações, contra tudo e mais alguma coisa.

No dia a seguir começou o mais violento ataque ao padrão de vida dos portugueses e governou indo para além da troika.

O homem das feiras, o tal irrevogável, prometeu tudo aos contribuintes e é o que se pode ver.

Pois bem em catadupa atacam o Syriza porque afinal teve de recuar e meter o seu programa ao bolso. Que desfaçatez!

Comparem-se as medidas tomadas pelo governo grego e as medidas tomadas pelos serventuários da chancelerina alemã. Comparem-se. Ouçam-se as declarações do Sr Junker sobre a ofensa à dignidade dos países sob resgate e a indignidade do Sr Dr Marques Guedes .

Ficaram ao léu. Um pequeno país, se quiser, se estiver sintonizado com a sua população, pode bater o pé aos grandes e encontrar linhas mínimas de defesa dos seus interesses vitais.

Ficaram ao léu. Percebe-se. Trombetearam que não havia alternativa e quando ela brota têm de a tapar. Como não têm voz própria, querem que se ouça a Master Voice e imploram ao Sr Scäuble para que os socorra e uma vez mais Roma não é muito generosa para com os seus súbditos externos.

A vergonha suprema é aceitar, contra tudo o que é a experiência humana, que a defesa dos interesses se faz colocando-se do lado dos que têm interesses diferentes.

Ficaram ao léu. Apesar de toda a propaganda e de colocarem só “comentadeiros” de manhã à noite ligados ao poder, sabe-se agora que há alternativa na União Europeia à política de austeridade. E que não são sós grandes países que podem ser protagonistas.

O que os faz juntarem-se em coro é que em Portugal os portugueses afinal possam respirar, estarem atentos e seguir outro rumo, o da alternativa.

O governo constitui um bando de interesseiros que se reúnem de vez em quando em Conselho de Ministros para atacar os portugueses. Todos sabem: sempre que reúnem a carteira vai ficar mais leve.

O seu objetivo não era o vencimento que auferem do Estado. É o que vem a seguir. Estão desertos de ir colher o que semearam. Junto dos donos do dinheiro, os credores e similares.

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