Andava no ar. De Belém a S.Bento. Os mais ou menos cultos a lembrarem-se como a velha Roma tratava os seus homens locais, quando não os podia continuar a apoiar. O resto, a maioria, rapazes e raparigas jotistas ou similares, tresmalhados como o Dr Rui Machete, atarantados. Tão cedo não vão esquecer o dia 20 de Fevereiro, o dia em que um pequeno país e um grande povo e um governo digno mostraram à Europa, que apesar das chantagens, que há alternativa à política do torniquete da austeridade.
A Grécia bateu o pé à Alemanha. O que parecia impossível, tornou-se viável. Não foi o que a Grécia queria. Certo. Mas não foi o que a Alemanha quis impor.
O Dr Cavaco até confundiu obrigações em carteira com doações. Passos Coelho passou a semana a vociferar contra as pretensões da Grécia, uma espéc ie de conto de crianças…. Maria Luís ajeitou-se junto a Schäuble. E Paulo Portas, o chefe da propaganda, largou a correr atrás das declarações de Junquer. Marques Guedes lamentava.
Nuno Melo, o eurodeputado do CDS, insurgia-se contra o Sirysa por desrespeitar as promessas eleitorais…onde chega a desfaçatez do partido dos contribuintes e do homem que abandonou o boné das feiras e vai por esse mundo fora vestido de fato negro fazer declarações tonitruantes acerca da recuperação económica que só ele vislumbra.
A lição da Grécia é cristalina: o país que defende os seus interesses, mesmo em circunstâncias adversas, pode conseguir melhorar as condições de pagamento dos empréstimos. Já se sabia. Porém, em Portugal há um governo de gente tão desligada da defesa dos interesses do país e cuja força reside sobretudo no apoio dos credores.
A Alemanha bem tentou que os seus seguidores não ficassem nus na praça. Mas para salvar a moeda (é o que conta) deixou-os mal- amanhados, sem roupa, face aos ventos provenientes da velha HELLAS.
Não deixa de ser caricato que o homem que faz de Ministro dos Negócios Estrangeiros, diz-se que à falta de melhor, tenha vindo ponderar pedir uma indemnização pelos danos da troika. O Senhor nunca acerta no penico. Passos correu a corrigir. É um arraial.
Tudo porque um pequeno país decidiu que quem devia mandar na Grécia eram os gregos. No dia em que os portugueses se encherem de coragem os Passos, os Portas, as Marias Luís e os Nunos Melos vão da abalada para os lugares que os protectores lhe arranjarem.
A Espanha e Portugal ficam neste mundo e o que no mundo se passa pode passar em Portugal, certo?