Quando um País entra em crise devido a um conjunto de problemas que podem ultrapassar a própria capacidade do país para os resolver e tendo em conta a União, a receita da U.E. é metê-lo no torniquete da austeridade, passando a ser um devedor, uma nova entidade nas relações internacionais.
Em nome de um programa que o povo grego rejeitou e que o levou à miséria, a U.E., capitaneada pela Alemanha, trata a Grécia como um devedor.
E se o programa do resgate ofendeu a dignidade dos gregos não há outra alternativa que não seja continuar a servir o mesmo veneno.
Ainda não havia Alemanha, nem Rússia, apenas bárbaros na velha Germania e já na Grécia nascia uma civilização e se praticava a democracia (para os patrícios).
Há alguém capaz de imaginar que um país não defenda a todo o custo o que é melhor para si? Só o íncola de Belém e os líderes do governo que se pavoneiam junto da Merkel e de Schäule como os meninos zéquinhas bem comportados, a abanar o rabo, para que não se esqueçam que existem.
O indecoro tomou conta desta gente, até o homem que habita em Belém, confunde obrigações em carteira com doações à Grécia … estão borrados de medo com o destino que as coisas podem vir a levar.
O Sr. Schäuble, é ministro das finanças da Alemanha e mais nada. Não fala, e se fala, fala indevidamente em nome da Europa. Este continente ainda não está dividido em credores e devedores, mas sim em países, nações e povos.
É coisa que a Alemanha historicamente custa a entender, mas é a verdade.
A Grécia é um país, até aqui era um protetorado; Portugal é um país, mais antigo que a Alemanha com um governo que tem o coração a bater ao ritmo dos mercados e dos credores e que fica satisfeitíssimo porque o Sr. Schäuble disse que Portugal ia bem. Como em Portugal a esmagadora maioria vai mal, como ninguém diz que vai bem, Passos Coelho e Portas ficam doidos de contentamento e quando o senhor professor de Belém os vê contentes, é o contentamento geral na capoeira de garnizés.
Simplesmente quando se manifestam em Berlim ou Bruxelas com esta alegria os portugueses nem sequer são atendidos nos hospitais por causa do frio … E as crianças deste país passam fome, cerca de um terço, e a justiça não funciona, e os salários são cada vez mais baixos por causa da concorrência…
É isto que prova que o programa funciona?
A Alemanha que exporta cada vez mais, que ganha com a crise tem quem a defenda! O mal está em não haver governantes que defendam Portugal, há figuras rastejantes diante do” Reich”.
É absolutamente inaceitável dentro de uma União de Estados tratar um país deste modo: ou pagas ou vais para a rua.
Porém vem trazer à luz do dia o que significa para o diretório da EU a soberania dos países, a sua identidade, a sua cultura.
Tudo se reduz a números: a Grécia ficou pior do que estava antes do resgate, pois tem ainda de ficar pior para então melhorar.
Quem vai beneficiar com o tal tratamento de choque é a Alemanha pois ficará com mão-de-obra mais barata e a poder exportar mais face à destruição do tecido produtivo.
A Alemanha não manda na Europa. Pode mandar em meia dúzia de governantes, mas o medo de que o exemplo da Grécia se multiplique, faz os seus dirigentes da grande coligação perder o verniz.
Um país, um povo, uma nação, têm alma, identidade, história e isso quer a Alemanha queira ou não, não se compra.
É esse o embate presente, entre os que tudo compram e vendem e a dignidade e a decência.
Já sabemos que em Portugal neste combate teremos de enfrentar os que sucumbiram aos desígnios dos diretórios europeus.