Segundos os media de hoje e após o rei Carlos III ter dado posse a Rishi Sunak como primeiro-ministro do Reino Unido os mercados acalmaram porque o multibilionário de origem indiano e banqueiro do Goldaman Sachs (por onde passaram inúmeros dirigentes mundiais, escola de ministros tal como era o BES em Portugal) é do seu agrado.
Sublinha-se que os mercados acalmaram, o que significa que o povo detentor da soberania que determina quem governa não conta.
Boris Johnson foi eleito com base num programa que mandou às urtigas e governou no meio de festas na Downing Street 10 enquanto os cidadãos estavam confinados em suas casas e pagavam caro a violação do confinamento. Downing Street era o glamoroso bar onde os ministros e seus ajudantes podiam ter as suas parties. O escândalo impôs a renúncia de Boris.
Veio toda lampeira e cheia de gás Liss Truss e durou pouco mais que uma alface mimosa. Foi-se. Os mercados irados encresparam e apoio popular não tinha. Foi-se.
Veio Rishi Sunak e o povo inglês não foi tido nem ouvido. Tudo se passou conforme a divindade detentora do poder – os mercados. Rishi é um dos deles com o seu alto e poderosos estatuto de 800 milhões de libras.
Os liberais no século XIX lutaram para que todos os homens tivessem apenas um voto; agora os liberais protetores do mercado só aceitam a credibilidade se os eleitos forem da confiança do mercado. Parece que os social-democratas vão atrás deste novo pressuposto e enfim o mundo gira a toque de caixa do mercado.
Eis a nova verdade. As eleições são para escolher governos que agradem aos mercados. Que o diga o Syrisa na Grécia. As regras só valem se o povo tiver juízo e escolher os protegidos da divindade configurada no mercado mundial. Tudo o mais são pormenores até ao dia em que o voto seja na verdade a afirmação respeitada da vontade soberana do povo.
Até ao dia em que la tortilla si vuelva, como dizem nuestros hermanos…
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