O que Bolsonaro fez a MRS revela na plenitude a desfaçatez do cara. Na frente dos dois Presidentes foi colocado um cartaz com a bandeira do Brasil com a inscrições – Brasil sem abortos, Brasil sem drogas. Naturalmente que o cartaz não apareceu ali por mero acaso.
Há quem defenda que MRS devia permanecer com aquele cartaz insultuoso à República portuguesa onde o aborto é permitido e as drogas não têm ligação alguma ao aborto e entre as drogas as diferenças são enormes como J.B. sabe.
Em minha opinião, MRS devia ter dito ao Presidente brasileiro que ou saía o cartaz ou saía ele. MRS representava naquela cerimónia o Portugal democrático.
MRS foi participar no bicentenário das comemorações da independência do Brasil e não num comício eleitoral de Bolsonaro servindo-se da data um autoelogio próprio de um fóssil.
Só um obstinado vendedor da banha de cobra se lembraria naquela ocasião de falar das suas autoproclamadas faculdades, dando a noção do que é o Brasil para aquele homem que nasceu no tempo da ditadura militar e que lá tem o seu coração vivo; tendo embalsamada a alma de democrata, mas ao menor descuido o verniz quebra e aparece o fóssil.
Bolsonaro já tinha deixado MRS sem um almoço combinado, agora atraiu-o à teia urdida por um personagem primário que encurralou no seu labirinto o inteligente MRS. Foi pena que MRS não pusesse na ordem o homem que fossilizou nos predicados da ditadura.
Quando a dignidade está em jogo, não há países grandes nem países pequenos. Os países devem usufruir todos do respeito que a dignidade lhes confere, sejam ricos ou pobres, grandes ou pequenos, grandes potências militares ou com Forças Armadas para apenas ( e não é pouco!) se defenderem de qualquer agressão, conforme estipula a CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA PORTUGUESA. O PR de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, deve ter muito cuidado para não deixar cair a democracia portuguesa nas armadilhas inqualificáveis do bolsonarismo fascistóide.
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