Montanhas caem no chão como o acento agudo nas vogais. O ar denso e sedutor como deve ser a pele de Afrodite toca-nos a face como um aceno de um olhar atrevido.
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O mar loquaz na incansável arenga de vai e vem à medida do tempo. Quem castigou o mar? Que deuses o não deixam descansar? Será Poseidon?
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A terra cor de tijolo expõe-se sempre virgem na dádiva, encarnando a fertilidade que os minoicos viam como divindade maior.
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Esta é Creta de longínquos tempos trajada de azul do mar e dos céus que os heróis levaram quando fecharam os olhos pela vez última.
A terra dos deuses muito velhos e mortos que revivem sempre que a memória se torna presente.
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Sempre o sonho, de Knossos a Ulisses, a Sócrates, a Domenikos Theotokópoulos, El Greco, a Theodorakis.
Em Knossos tudo volta ao princípio apesar das descobertas de Einstein e da antimatéria.
Todos os alunos deviam obrigatoriamente estudar a civilização minoica para que o mercado atual não derrote a cultura.
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Dizem que Zeus, filho de Cronos, haveria de derrotar o pai depois de ter crescido numa gruta para que o pai o não matasse.
Os humanos nunca foram de fiar e pelos vistos os deuses seguiram-lhes as pisadas e refinaram alguns atributos dos humanos, roubando-os.