Afinal o autor moral do assassinato do jornalista Jamal Khashoggi foi quem todos já sabiam quem foi. A CIA veio confirmar que foi MBS, o príncipe herdeiro, o Rei de facto da Arábia Saudita.
Afinal com Biden as coisas não mudaram. A Administração decretou umas quantas sanções a umas dezenas de personagens menores no asqueroso crime. Os condenados à morte na Arábia Saudita já viram a sua penas comutadas a vinte anos de cadeia e logo se verá o que se segue.
Biden telefonou ao Rei antes da divulgação do relatório da CIA ser divulgado. Talvez para explicar que tinha de ser assim, mas que o Reino continuava a ser essencial para a política dos EUA e que ficassem descansados que MBS sairia ileso. O Reino absolutista vociferou contra o relatório da CIA e tudo vai ficar no melhor dos mundos – a Arábia Saudita com MBS à frente vai continuar a cruel guerra contra o Iémen e os direitos humanos no país e na região serão uma espécie de miragem. E os EUA continuarão a fornecer armamento e a fazer big money.
Ao lado o Emir do Dubai sequestra familiares e continua impunemente a sua senda absolutista contando com o seu grande trunfo que é o de ser um dos homens mais ricos do mundo.
Portugal em matéria de direitos humanos não tem óculos que alcancem estas graves violações dos direitos humanos. Olha para o lado. Não é este o caminho dos EUA, da NATO e da EU e, portanto, baixa a cabeça que o respeitinho é muito bonito.
No mês passado no dia 4 de janeiro Portugal foi um dos poucos países que se absteve numa moção contra o racismo votada por uma imensa maioria dos membros da Assembleia- Geral da ONU, incluindo todos os países que pertencem à CPLP.
O governo português teve medo de votar a favor ou acha mesmo que em relação ao racismo o melhor é abster-se do combate contra este flagelo?