Há 75 anos o governo dos E.U.A ordenou que, nesse dia, a cidade de Hiroshima fosse bombardeada com uma bomba atómica.
A Humanidade passou a um novo limiar de violência entre Estados no desempenho da guerra.
Num instante dezenas de milhares de japoneses foramm mortos. Outras dezenas de seguida com a radiação. Ainda hoje há efeitos dessa mesma radiação.
O Japão derrotado em agosto de 1945 foi sacrificado, sobretudo as populações da Hiroshima e Nagasaki, para que o novo mandarim da ordem internacional proclamasse o seu poderio imperial urbi et orbe.
O que choca e não tem perdão é que em vez de parar a corrida às armas nucleares, ela prossiga loucamente.
A bomba que explodiu em Hiroshima é quase irrelevante face ao poder destrutivo das novas armas termonucleares, milhares de vezes mais potentes.
O mundo não estará seguro enquanto as armas nucleares não forem eliminadas. O terror nuclear por parte dos seus detentores é impeditivo de uma vida internacional plena onde cada Estado possa fruir de uma paz salutar.
Razão tem o Papa Francisco em apelar à eliminação de todas as armes nucleares. O precedente aberto há 75 anos tem de ser encerrado.
Há assuntos muito importantes, lá isso há. Porém, nada é mais decisivo para a vida humana que a paz.
Pode existir um ambiente e uma Natureza sustentávelcom o mundo a repousar num arsenal nuclear capaz de o destruir vezes sem conta?
Com tanta desgraça, como é o caso da atual pandemia, por que não deixar de gastar estes milhares de milhões e aplicá-los na eradicação das doenças mais graves?
Para que lado vamos caminhar? Para uma vida em paz ou para o caos e a guerra?
É preciso que as vítimas de Hiroshima e Nagasaki não sejam esquecidas. E para tanto todos os Estados não nucleares se deviam comprometer a não incluir o armamento nuclear nos seus arsenais e os que já detêm a comprometerem-se a nunca serem os primeiros a utilizar esse armamento e a caminharem no sentido da desnucleareização.