A arrogância e a impreparação de Trump para se situar no mundo atual

 

O passo que os E.U.A deram ao ordenar a execução, em Bagdad, capital do Iraque, do general Qassem Soleimani, Comandante dos Guardas da Revolução, força militar especial iraniana, abre uma nova frente no conflito entre aquele país e o Irão e com repercussão em toda a região.

Este ataque a um dos mais altos dirigentes iranianos em solo iraquiano atinge e viola de modo grosseiro a soberania iraquiana.

Esta politica trumpiana – a de assassinar em solo de outro país que não o dos conflituantes revela o mais total desrespeito pelo direito internacional e é preciso condená-lo antes que a lei do Texas volte às relações internacionais.

Trata-se de um confronto aberto com os mais elementares princípios em que assenta a ordem internacional elaborada com grande participação pelos EUA após o fim da segunda guerra mundial.

Trump, apoiado pelos ultras com John Bolton à cabeça, nunca aceitou o Acordo assinado entre Baraka Obama, os cinco membros do Conselho de Segurança da ONU e o Irão.

A justificação de que é o fim de uma guerra é um disparate de tal forma ridículo que revela também a completa impreparação da personagem para se comportar como um Presidente de um país civilizado.

Trump, a contas com um processo de impeachement devido ao condicionamento de um auxílio militar à Ucrânia à perseguição a um candidato democrata na sua corrida eleitoral à Casa Branca, não tem capacidade para olhar para o mundo para além de um enorme espaço pronto para urbanizar onde puder ganhar big money.

A peregrina ideia de que o Irão nunca ganhou uma guerra, mas nunca perdeu uma negociação é tão infantil que não atinge o patamar de ridícula. É própria de um analfabeto arrogante que não deve saber que o Irão é a antiga Pérsia onde floresceu uma das mais avançadas civilizações e que criou um Império apenas batido pelo Grande Alexandre da Macedónia, lídimo representante do melhor da cultura grega. E que se reergueu continuando a ganhar e a perder guerras, como todos os países.

Trump para além do mundo da Fox pouco deve conhecer. Derredor dele juntam-se os mais reacionários cavalheiros evangélicos unidos no seu apego ao dinheiro pugnando por um mundo que não avance em direção ao progresso por temerem perderem os seus privilégios. Para eles o mundo é a elite branca dos EUA e mais uns tantos príncipes cheios de petrodólares e os dirigentes israelitas que pregam a eliminação da Palestina e do Irão.

Nunca se pode perder de vista que foi George. W. Bush e Tony Blair( apoiados por Barroso e Portas ) quem criou a atual situação no Iraque com a intervenção militar à margem do direito internacional. Não instaurou a democracia no Iraque, antes ofereceu o poder aos chiitas em Bagdad. Foi Bush quem deu ao Irão a influência que tem no Iraque. E não aprenderam nada, pelos vistos.

De certo modo Trump continua a linha de Bush juntando-lhe a sua incapacidade para compreender o mundo atual agindo como uma pulsão quase narcísica.

Este passo de Trump na escalada do conflito pode levar a um crescendo de respostas e contra respostas, envolvendo outros atores, com o perigoso agravamento de toda a situação.

O Secretário-Geral da ONU, os principais dirigentes mundiais têm a obrigação de falarem e condenarem a cegueira de Trump.

Tardam a ouvir-se vozes realistas, comprometidas com um mundo de paz, respeitadores de um mundo diverso, capazes de construir um futuro para todos e não apenas para a sua casta e o seu núcleo de amigos internos e externos.

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