António Centeno Primeiro-Ministro da Junta de Freguesia Portugal

 

Como quem não quer assumir Costa envia sinais de estar a alterar o rumo da política que segundo ele deu bons resultados, aliás visíveis por toda a gente, menos por Cristas e Rio.

A austeridade que Passos transformou em eixo da sua política de empobrecimento está nestes meses de 2018 a emergir e até com o mesmo argumentário, ou seja, não há dinheiro, o que não é verdade, nem sequer no anunciado montante referente à despesa com a progressão dos professores na sua carreira.

Quer Tiago Rodrigues, quer Costa não discutem o problema com base em qualquer outro fundamento que não seja o da inexistência dos alegados seiscentos milhões de euros…Ou seja atiram para cima de todos os professores a aleivosia de se quererem apoderar de algo que o país não tem, e com esse despropósito criar sérias dificuldades em Bruxelas e Berlim onde tudo se decide. Trata-se de um problema interno, onde os portugueses são relegados para uma espécie de nativos coloniais que têm na chancelerina e no Président Macron os seus tutores ou ajudantes da missa como os Monsieur Moscovici E Monsieur Drombrovsky, os Comissários europeus das Finanças e da Economia…apesar de por cá o Presidente omnipresente invocar a qualidade de bom aluno, uma verdadeira Junta de freguesia entre o mar e a raia de Espanha.

Os professores  são apresentados como uma classe que não olha a meios para atingir os seus fins e ameaça com greve os pobres dos alunos, como se os pais dos alunos não tivessem tido a possibilidade de subir na sua carreira profissional.

Marcelo, Costa, Santos Silva e Centeno quando se trata enfrentar Bruxelas pelos cortes brutais nos fundos de coesão já acham que menos sete por cento é bem melhor que menos quatorze , como se Portugal se apresentasse à U.E. de mão estendida e internamente, diante de uma classe estratégica para o desenvolvimento do país, de pau em riste. É caso para perguntar onde está a paixão pela educação?

O argumento do bom aluno do Eurogrupo que Marcelo gosta de invocar serve para tentar meter na cabeça dos portugueses que o terror austeritário é o único critério para governar e assim manter o país com as reformas que consistem sempre em cortes na despesa pública, satisfazendo as novas divindades, os mercados.

A situação acentuou-se desde que Centeno foi levado para Presidente do Eurogrupo, que ninguém sabe bem o que é do ponto de vista institucional.

Ainda gostava de ver Centeno defender que na Alemanha o tempo de trabalho dos professores alemães não contava para a progressão na carreira profissional. Cairia, em Berlim, a torre da televisão na Alexanderplatz e o rio Spree saía do leito…Até a Madame Europa, como a tratam com toda a sabujice  alguns jornalistas, se revoltaria contra tal despautério.

Claro que para esta elite de cá uma coisa são os professores da Presidente da Europa e outra coisa são os nossos professores da Junta de freguesia Portugal.

Os professores pertencem a um grupo profissional absolutamente indispensável para fazer o país progredir, dado o relevo da educação nas novas condições da produção. Acentua-se, como bem se sabe, a substituição da produção manual pela altamente especializada

Só através da extensão e sofisticação da educação se pode chegar ao desenvolvimento económico que o país necessita. Tenha-se na devida conta que nos países com maior índice de desenvolvimento humano a profissão de professor é das mais concorridas e prestigiadas.

Só o governo de um país desinteressado nesse tipo de desenvolvimento ataca os professores no seu conjunto acusando-os de chantagistas, tentando atirar a opinião pública contra eles, em vez de os defender.

Se diante do país o Primeiro-Ministro acha que não há dinheiro para o direito mais elementar na vida de um cidadão forçosamente transmite a ideia que o Estado é alguém em que se não pode confiar com todas as consequências negativas advenientes.

Costa parece estar a absorver a filosofia centeneana que por sua vez absorveu a bruxelense, isto é, a de Portugal não passar de uma Junta de freguesia da Europa alemã.

Texto publicado hoje no Público online

 

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