José Rodrigues dos Santos e a Idiotice

Alegar que o fascismo tem origens marxistas não é apenas ignorância, é uma afirmação com um propósito doloso de manipular a história e de a deturpar.

Pode ser conscientemente. Pode ser por pura ignorância. O diabo que escolha.

A tese de que o fascismo tem origens marxistas afirma JRS em artigo no Público de 29 do corrente mês …” contradiz ideias feitas e por isso precisa de ser fundamentada- o que é feito ao pormenor em “As Flores de Lótus” e em “O Pavilhão Purpura” … Assim. Sem mais nem menos.

JRS contra todas as correntes de pensamento descobriu esta atoarda e para prova da sua arenga invoca que escreveu dois romances. É obra.

Factos, acontecimentos, teses, livros, doutrina, guerras, revoluções, história do movimento socialista, operário, tudo em dois romances. Tudo num piscar de olhos. Um verdadeiro fenómeno do Entroncamento.

JRS, se não sabe, deveria saber que o marxismo enquanto doutrina foi e é a base em que assenta o socialismo; e os seus teóricos Marx e Engels criaram uma teoria que apontava a inevitabilidade das revoluções e do caminho humano para o socialismo; socialismo que levaria ao poder os trabalhadores.

Esta teoria foi abraçada de modo diferente pelo conjunto do movimento operário e progressista mundial.

É totalmente falsa e desprovida de qualquer fundamento a afirmação …” Não é preciso fazer nada, pois a revolução do proletariado é inevitável”… na verdade os “pais” do marxismo defenderam a criação de uma Associação e mais tarde de Partidos para que pela ação popular das massas se organizassem as revoluções ou ruturas com o capitalismo.

Quem não fez nada foi JRS no que toca à leitura do mínimo dos mínimos, como dar leitura ao Manifesto Comunista de Marx e Engels. JRS ficou-se pelo fantasma e meteu a cabeça na areia.

Sorel tinha tanto a ver com Lenine como o piscar do olho de JRS com informação. Sorel foi um dos muitos doutrinários anticapitalistas cujas teses não foram seguidas por qualquer organização marxista no mundo.

Lenine leu Sorel, como leu Platão, Hegel, Rousseau, como pela sua obra se pode imaginar que leu muitíssimos livros para desenvolver as suas ideias e para combater outras.

Sorel teve muito pouca importância no desenvolvimento do movimento revolucionário russo.

JRS tenta confundir as teses nacionalistas dos socialistas da 2ª Internacional que em relação à I Guerra Mundial defenderam a participação dos seus países nessa tremenda guerra de destruição da Europa com as teses dos marxistas que vieram a criar a III Internacional por não aceitarem a participação na guerra.

Vale a pena sublinhar que o marxismo deu corpo à luta pelo socialismo. O fascismo destinou-se a impor uma ditadura brutal para fazer o capitalismo avançar por outra via, com medo que a revolução acontecesse.

Implantou-se pela violência, mas também paulatinamente como no caso português.

As balelas que JRS conta sobre Mussolini e a participação da Itália na primeira Guerra Mundial não passam de balelas.

Hitler e Mussolini não viviam nas nuvens. Viviam na terra, numa época em que revoluções socialistas na Alemanha e Itália podiam eclodir. Sabiam a importância do movimento de massas e apoderavam-se de certas consignas e ideias do movimento operário para ganhar apoio para as suas teses nacional-socialistas ou fascistas.

Para penetrar mais fundo nas massas foram buscar não só consignas como a própria designação no caso alemão.

Mar querer provar que pelo facto do partido nacional-socialista ser socialista prova que o fascismo nasceu do marxismo é próprio de uma cabeça como a de JRS.

…” Os meus críticos limitaram-se a constatar que os fascistas descreviam-se como antimarxistas e assim foi até certo ponto”… diz JRS, …mas isso foi numa fase já amadurecida….Quem caiu de maduro no ridículo foi JRS.

Uma tolice nunca vem só, e não compreender a época histórica em que nasceu o nacional-socialismo e o fascismo como tampão ao marxismo é confundir o Germano com o género humano…

Hitler, Gobels, Mussolini, Salazar e outros viveram numa época de grande choque entre as diversas ideologias.

E como eram homens do planeta terra foram buscar ideias gratas ao movimento socialista para as manipular e incorporar no movimento nacionalista e fascista.

Bastava a JRS recordar que em Portugal todos os partidos constituintes defendiam o socialismo, salvo o CDS, que não defendia, mas aceitava-o. Porque em 1974/5 quem não fosse pelo socialismo tinha pouco apoio no povo português. Daí o socialismo estar em todos os programas – socialismo anticapitalista, socialismo democrático, socialismo de rosto humano, socialismo autogestionário…

Será que Sá Carneiro era um socialista? O socialismo tem tanta atração nos povos de todo o mundo que os próprios setores capitalistas se sentem na contingência de o incorporar no seu ideário para lhe retirar a sua força e o minarem.

JRS limita-se a pegar na superfície das coisas, de ir buscar uma aparência, para negar esta realidade nua e crua: O fascismo foi e é uma ditadura terrorista do capital financeiro; o marxismo é uma doutrina que sustenta o socialismo.

Um pensamento sobre “José Rodrigues dos Santos e a Idiotice

  1. Partilhei no fb: “Nunca li nem tenciono ler a prolixa produção literária de JRS. Para quem se dá a essa ingrata tarefa, aqui vai um texto do Domingos Lopes sobre uma descoberta de JRS que não lembraria ao Diabo (com maiúscula, pois claro!), e sabe-se bem do que o Diabo é capaz.”

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