Não sei se o avião russo estava dentro do espaço aéreo sírio ou turco; o que todos sabem é que fazia parte dos aviões russos que bombardeavam o Daesh.
Não há ninguém que não saiba que é menos um avião a combater o Daesh.
Todos sabem que pela fronteira da Turquia entram e saem os terroristas do Daesh.
Todos sabem, incluindo Obama, que a Turquia prefere o Daesh ao regime sírio ou a qualquer desígnio de autonomia dos curdos.
Ninguém pode ignorar que, neste preciso momento, derrubar um avião que bombardeava o Daesh é dar ânimo aos jiadistas de todo mundo.
Ninguém pode ignorar que quando todos precisavam de estar unidos contra o Daesh, a Turquia derrubou um avião enfraquecendo a frente de ataque ao Daesh.
François Hollande estava em Washington com Obama a concertar a frente anti-Daesh e foi exatamente nesta altura que a Turquia derrubou o bombardeiro russo.
Todos sabem que a Turquia é uma potência regional, mas apesar disso não iria derrubar um avião da Rússia sem consulta aos membros da NATO, em primeiro lugar, aos EUA. Presume-se sem grande esforço intelectual.
A Turquia quis mostrar a todo o mundo de que lado está e portanto segundo Ancara depois de dez avisos os aviões turcos derrubaram o avião russo. Como se o derrube de um avião militar em ação fosse algo de absolutamente normal.
Todos imaginarão a alegria dos jiadistas, dos sauditas e de todos os que no mundo árabe e muçulmano combatem o islamismo terrorista.
Será que a Turquia joga sozinha este papel ou alguém com ela não quer enfraquecer o Daesh a ponto de o derrotar militar e politicamente? Vamos ver…
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