A condenação à morte do poeta saudita Ashraf Fayadh de origem palestiniana por alegadamente ter renunciado à fé islâmica coloca com toda a premência a seguinte questão: qual é a diferença da ditadura absolutista saudita e o Estado Islâmico?
A execução, se a opinião pública mundial não se erguer, será se ainda houver carrascos para lidar com o sabre a decapitação; tal e qual como se pratica no E.I.
A razão da condenação e da pena resida na invocação de insultos a deus, tal como fazem os islâmicos do E.I. na perseguição a todos os que não praticam a interpretação mais ortodoxa do sunismo.
O que leva a colocar a questão de saber quem imita quem. Parece que o E.I. imita bem a Arábia Saudita e como bom aprendiz ultrapassa em crueldade o professor.
Sem o apoio substancial da Arábia Saudita aos talibans e aos jiadistas do E.I. direta e indiretamente não era possível a estas organizações chegarem a este ponto.
A monarquia saudita é o maior inimigo do regime laico sírio e à luz desta condenação brutal compreende-se. Não quer nas suas fronteiras qualquer Estado que não se submeta às suas práticas absolutistas e brutais.
A invasão do Iemen, berço da civilização árabe, sob o silêncio cúmplice de todo o Ocidente, mostra bem a tremenda hipocrisia dos poderosos da Terra.
O Ocidente de braço dado com a monarquia brutal de Riad venda os olhos para não morrer de vergonha face aos crimes daquela realeza que governa como se o mundo tivesse parado no século quinze.
Obama, Hollande, Merkel, Cameron sempre atentos às violações dos direitos humanos quando vão ao beija mão real da família saud esquecem tudo e só têm em mente os chorudos negócios de armamento para o regime se aguentar e ceder as excedentárias aos irmão da causa: os jiadistas.
Pode haver uma coligação contra o E.I. com os apoiantes daquele auto intitulado Estado?
O Dr Cavaco , o Dr Passos e o Dr Portas que tanto gostam de vender o que o país tem de melhor por aquelas paragens que dizem desta condenação? E o Senhor que faz de Ministro dos Estrangeiros?
É preciso arrancar o poeta às mãos da ditadura teocrática. Um homem tem o direito de professar ou não professar qualquer religião. A Arábia Saudita que faz parte da Comissão dos Direitos Humanos da ONU e reconhece este direito tem de ser obrigada a respeitá-lo.
A Humanidade tem de salvar a vida ao poeta Ashraf Fayadh. Se o regime tirânico obscurantista de Riad executar o poeta Ashraf deve ser considerado um Estado pária. Quem condena à morte um ser humano porque abandona ou não uma fé religiosa não é digno de fazer parte da comunidade internacional. Que se junte ao Daesh.
Muito bom….. temas atuais , bem escritos e bem comentados e com algum sentido de humor parabéns DL.DL faz-me lembrar o saudoso Diário de Lisboa….
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