O Papa é o chefe espiritual dos católicos na Terra. A sua palavra é infalível, dizem os crentes.
Li e ouvi em parte o seu discurso na Assembleia-Geral da ONU. Em muitos momentos do seu discurso senti-me irmanado nas reflexões de Francisco, o argentino que gosta de futebol e é Papa.
Disse em relação aos organismos financeiros internacionais…“devem velar pelo desenvolvimento sustentável dos países, evitando uma sujeição sufocante desses países a sistemas de crédito que, longe de promover o progresso, submetem as populações a mecanismos de maior pobreza, exclusão e dependência.”
Este alerta vindo de quem vem que eco terá nos inquilinos de São Bento e Belém?
E no líder do partido que se reclama democrata cristão?
Este trio que é um quarteto com Maria Luís acha que está a conduzir o país para mecanismos de maior pobreza, exclusão e dependência não se quer confessar e arrepiar caminho?
Quando falam como zelotas dos organismos internacionais sabiam o que o Papa pensava desses organismos que submetem as populações a mecanismos de maior pobreza, exclusão e dependência?
Pois se não sabiam ficaram a saber.
A população portuguesa está bem mais pobre e Portugal atrasou-se cerca de vinte anos, contudo estes crentes teimam em afastar-se das reflexões do Papa.
No fundo, bem no fundo, não é a primeira vez que alguém enxota os idólatras, os que na era moderna adoram o novo bezerro de ouro- o lucro dos todo-poderosos donos de tudo isto.
Poderão as palavras revestidas de mel e cheias de fel deste quarteto a favor dos credores dos organismos internacionais continuar como dantes, como se o seu chefe espiritual não tivesse dito o que disse?
Dito de outro modo: pode alguém ser bom católico desprezando ensinamentos tão importantes e proferidos no ”Parlamento” dos Estados de todo o Mundo, a Assembleia-Geral da ONU por Francisco? Aqueles que frequentam os templos de que Francisco é o chefe espiritual podem insistir nas políticas de pobreza e dependência dos seus povos?
Poder poderão. Enfrentam o seu povo e o seu chefe espiritual.