O homem chorava. Era um choro de infortúnio. Tinha trabalhado a vida inteira e…” não tinha dinheiro para comprar nada …”.E chorava. Estava num lar de idosos; o filho pagava diferença porque a reforma mínima não dava.
Passos Coelho, sem gravata, explicava-lhe que não podia fazer mais, o Estado tinha que assegurar o futuro dos reformados…O homem chorava e lamentava a sua sorte. Passos Coelho insistia que agora não podia fazer mais, mas no futuro iria ser diferente e insistia. Insistia. Insistiu. O poder sabe o que pode, até quando visita um lar de idosos.
O homem meio a chorar, meio refeito do seu choro, não esperava tanta explicação. Só estava habituado a não poder comprar nada. Agora entrara-lhe o primeiro-ministro em pose de líder do PSD a garantir-lhe que não podia fazer mais agora. Só no futuro.
O homem que tinha trabalhado a vida inteira e não tinha nada e não via futuro, não queria aborrecer o Doutor Passos que não podia fazer nada.
Terá dito em voz surda para dentro do seu infortúnio: se eu o pudesse ajudar a fazer qualquer coisa…
Mas o homem que não podia fazer nada para o bem do homem que chorava sabia que podia receber o que queria. Por isso sabia ao que ia. E lá foi rumo a outros pontos da campanha.
ESVAZIAR O PAÍS
Segundo o relatório da OCDE, hoje divulgado, entre 2011 e 2012 emigraram 105.000 portugueses, mais 5000 portugueses que a população de Viseu que em 2011 tinha cerca de 99.000 habitantes.
É como se a cidade de Viseu ficasse abandonada…Sem ninguém.
Esta é uma das façanhas do governo que quer continuar a esvaziar cidades de Portugal como há muito não se via.
Alguma vez antes das eleições o governo prometeu esta obra? Agora já se sabe do que é capaz.
A ROUBALHEIRA
Hoje no mercado do Livramento numa ação de propaganda de um partido um vendedor atirou à cara de um dos elementos da caravana…”são todos uns ladrões…”
Esta é uma das frases que mais se ouve, mas ela é muito enganadora. Desde 1977 que os governos têm sido constituídos pelos seguintes partidos – PSD,PS e CDS.
Nunca houve um governo do PCP e do BE, ou dos dois, ou de ambos com o PS, ou de um deles com o PS.
Portanto não é verdade até serem governo que sejam iguais, dado não terem tido a oportunidade para demonstrarem se fazem como têm feito os outros ou diferente.
É verdade que Álvaro Cunhal, Avelino Gonçalves, Veiga de Oliveira foram ministros sem uma ponta de lama que se lhes possa atirar. Ou os secretários de estado Vitor Louro, António Bica ou Carlos Carvalhas. Todos do PCP.
A frase tem a ver com a corrupção que grassa, mas ainda há muita gente séria, incluindo nas novas formações de que destaco O Livre .
O que falta é a coragem de não votar nos mesmos de sempre e substituir a lamúria pela valentia cidadã. Haja coragem. Se houver ao menos uma vez pode ser que o país mude. Está nas nossas mãos.