O Dr Luís Amado considera que é preciso uma intervenção militar para destruir o Estado Islâmico, envolvendo os moderados árabes. E ponto. Os órgãos de comunicação fizeram o resto.
Ninguém perguntou ao ex-MNE e atual banqueiro é como se destrói o E.I. Presume-se que será com bombardeamentos e botas no terreno…
Imaginemos o melhor cenário: os do costume mandam os seus aviões atacarem o E.I. e ao fim de uns quantas semanas já não há mais nada para alvejar e os danos colaterais na população são como foram no Iraque, Afeganistão abundantes…
Para impedir que os jiadistas não regressem são necessárias tropas que vão enfrentar no terreno não só os militantes jiadistas de todos os matizes como as populações bombardeadas…
No terreno com os Estados em decomposição (Síria, Iraque, Líbia, Jordânia) mandam toda a espécie de bandidos e os mais armados como seja o caso dos militantes jiadistas…
O Sr Dr acha que é possível ter tropas no terreno anos e anos a fio, sem fim à vista? Quem está disponível, independentemente do mérito da medida? Tem o Dr Luís Amado algum plano para alterar as fronteiras dos Estados? Se tem, como vai redesenhar as fronteiras?
Neste cenário é provável que por exemplo os curdos avancem para ganhar posições; logo entrará a Turquia que custe o que custar não quer qualquer espécie de autonomia para os curdos…
Mas viremo-nos agora para os árabes moderados: quem são? Onde estão? Pura e simplesmente deixaram de existir a não ser que o Sr Dr meta nesse saco os sauditas, os qataris , e Cª que têm armado o E.I. que agora é preciso destruir.
O Sr Dr Luís Amado, apoiante incondicional da invasão do Iraque, não aprendeu nada com a experiência. O seu empedernido enlevo pelos setores mais belicistas dos EUA fá-lo agora trombetear a sua vontade bélica de destruir o E.I.
A situação no Iraque, na Líbia, na Síria é muitíssimo pior do que a existente antes das intervenções.
Trata-se de algo totalmente irresponsável e contra o que resulta destas últimas intervenções, que levaram ao agravamento da situação e ao fortalecimento galopante do E.I.
Os jiadistas cresceram a tal ponto com as invasões que a solução dos EUA para o Afeganistão é colocar os talibans no poder…depois de todos estes anos de guerra…vitoriosa contra os talibans…imagine-se.
O que o Médio-Oriente necessita é de desenvolvimento, o qual não é possível em guerra permanente.
Só com o respeito pela soberania dos Estados existentes, independentemente dos regimes, e uma política de cooperação será possível ao médio e longo prazo afastar o E.I. do território que ocupa.
Seria mais eficaz a Turquia deixar de comprar e passar o petróleo que o E.I. explora ou o gás natural da Síria que uma invasão. Um boicote a esses produtos levaria a um sério debilitamento do E.I. que alimenta o seu exército com os recursos que lhe caíram nas mãos na Síria e Iraque.
Os bombardeamentos e a eventual invasão colocarão as populações contra os invasores e fortalecerão todos os que bons ou maus motivos se opõem aos ocupantes. É dos livros que, entretanto, o Dr Luís Amado deixou de ler.
Não se pode continuar a utilizar os métodos que criaram esta loucura que é hoje a situação no Médio-Oriente.
O Dr Luís Amado, agora banqueiro, voltou a acordar com o seu sonho de trocar o BANIF por algo cargo como sátrapa de um grande território algures na Síria e Iraque. Todos os sonhos são possíveis, alguns muito mais difíceis que outros.
Mais algumas sugestões para acabar com a guerra matando pouca gente:
Detectar, interceptar e apreender os petroleiros que se abastecem nos países em guerra e que vendem, segundo os usos do negócio, a carga a quem pagar mais e descarregam no porto indicado.
Colocar sob vigilância as leiloeiras e galerias que estão a comprar obras de arte vendidas pelo E.S.
Esta é “mais impossível” que as anteriores, embora toda a gente os conheça: detectar os vendedores de armas ao E.I. E já agora:
Pressionar o governo romeno no sentido de deter os elementos da máfia romena que controlam o êxodo dos refugiados.
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