Cavaco deixou o ameno clima de Belém e foi descobrir novas realidades meteorológicas no distrito de Portalegre.
Animado por toda uma série de amigos empreendedores deixou a vista para o Tejo, sempre calmo e a correr para o mar, e foi abaladiço para a terra onde o José Régio deu aulas e escreveu alguns dos seus notáveis poemas.
Talvez pela falta da brisa serena e fresca de Belém descobriu pelos concelhos daquele distrito um “novo clima”.
Um novo clima tem sempre muito que se lhe diga, tanto mais que em matéria de coisas novas Passos Coelho na Madeira arranjou para Portugal uma “alma nova”, sem que nenhum português a tenha pedido, pelos menos que se saiba.
Uma alma nova é coisa para os espiritistas e teólogos de nomeada, e há que deixar a quem de direito semelhante enrascadela.
Um novo clima já tem mais que se lhe diga. E, por isso, Cavaco sofreu as inclemências do novo clima desértico do Alentejo. Tão triste, tão sem gente, tão abandonado, tão entregue a si próprio que nesta nova realidade o clima mudou para desértico. Sem areia.
É sabido que o deserto cria miragens. Foi o mal que deu ao Senhor Presidente. Às vezes alivia-se, outras tem miragens. Outras sonha com maiorias absolutas, uma espécie de novo clima em que só há rigores austeritários para quem não for credor. Que coisa, Senhor Presidente!