E Onde Estava o CDS?

No dia 25 de Abril, na Assembleia da República, um dirigente do CDS, desafiava a que se respondesse à pergunta… onde é que tu estavas quando Portugal foi conduzido à bancarrota… e a troika foi chamada.

Na verdade ele há perguntas que nunca deveriam ser formuladas devido ao confronto que elas geram com a realidade.

O deputado do CDS pretendia, capciosamente, encostar o PS ao Memorandum, tentando, por via desse artifício, branquear o comportamento do seu partido na crise de 2011.

Basta dar leitura ao Público de 05/04/2011 e ler as declarações de Paulo Portas durante uma visita à Escola Secundária José Saramago a Mafra.

Disse naquela ocasião o atual Vice- Primeiro…”Farei uma campanha pela positiva, eu não entro no pingue-pongue entre PS e PSD sobre quem é que tem a culpa… “ da crise.

O Dr Portas e o CDS de então não queriam saber de quem era a culpa…”Estamos num atoleiro…”, acrescentava, mas sempre atirando a responsabilidade para cima do PS e do PSD…

Em campanha eleitoral o CDS não sabia de quem era a culpa. Mas soube logo que percebeu que o PSD ia precisar do CDS do sempre-em-pé-para-o-poder, correu a dizer- presente!

Antes com Durão Barroso, mas ainda antes por via do Limiano para servir António Guterres, mas muito, muito antes com Freitas do Amaral para dar corpo ao governo de Mário Soares…

O CDS está sempre na fila de espera, na ombreira de São Bento para entrar… É o seu destino.

Às vezes nas feiras, outras nos mercados, outras no chá das tias de Cascais, outras ainda no Abu Dabi. Ou no meio dos eucaliptais a deixar a União Europeia reduzir as nossas quotas no nosso mar. E tudo isto com ar muito sério, com o partido travestido de D. Sebastião, patriotismo e engraxadelas à alta finança, um hibrido entre o desabrido Pires de Lima e a camponesa Cristas.

O CDS não estará porque esteve sempre onde tinha de estar para aceder aos reposteiros dos palácios onde estão os intermediários do grande poder financeiro.

Por isso, não há português que não saiba que há sempre um boné, uma tirada, um copo de tinto numa feira, que o seu líder não seja capaz de usar para ser o que é.

Quem não se lembra dos brutais ataques do Dr Portas ao Inquilino de São Bento, o Sr Silva, hoje de Belém e tão incensado …

O CDS está e não está. Se for preciso está e passadas vinte e quatro horas não está. Irrevogavelmente.

Está com o PSD, mas se PSD se afundar, antes que o barco vá ao fundo o CDS telefonará para o Rato a dar conta da sua disponibilidade para fugir do cenário e a abrir outro ciclo.

O CDS está com quem está e com quem virá a estar. O guião é o do poder.

Pode perguntar-se a quem quer que seja onde estava em tal ou tal ocasião, mas ao CDS não vale a pena porque os portugueses sabem onde sempre esteve – na ombreira do poder à espera para ver se entrava…ou se entra…coligado com o PSD até ver.

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