O Poiares é maduro. Inexoravelmente. Tem outro ar, um tanto ou quanto menos maduro, digamos um pouco mais verde…
E não é daqueles que se note muito que sejam ministros, apesar de tutelar a RTP.
Está ali a um canto encolhido, do género a fazer beicinho porque ninguém lhe liga.
Ora um ministro que se preze tem de se mostrar, por-se em bicos de pé e mesmo que não o diga, está ali para ser notado.
Só assim se explica que Poiares Maduro tenha vindo agitar os ares silenciosos das águas calmas do país de Viriato com a ideia de que a polémica em torno dos calotes de Passos Coelho à Segurança Social é um ruido que só prejudica o país.
O Sr. Ministro foi claro: um ruido que só prejudica o país.
De cima da sua inteligência o Ministro Maduro foi tão alto na sua elevação que um cidadão normal para, para meditar: ruído para prejudicar o país… e ora bem decompondo a frase temos a palavra ruído.
O ruído é uma chatice, um aborrecimento. E quem gerou o ruído? Foi a dívida e o devedor ou foi a oposição?
Provavelmente o Ministro Poiares está a querer dizer que a dívida estava caladinha e não fazia ruído et par cause não prejudicava o país.
Vieram os demónios dos jornalistas, ainda por cima do Público, encontraram-na aninhadinha a um canto da prateleira e zás começou o ruído. Deve ter sido uma coisa dessas porque se a dívida estava calada e agachada e veio com aquele estrondo para os jornais e até para a Assembleia da República e bateu à porta de S. Bento que ficou mais azedo do que já era, claro que o Sr. Ministro Maduro tem razão… este ruído é prejudicial a quem estava silenciosamente a um canto escondida sem ninguém a ver.
Ela estava tão escondida que o dono dela não a via porque andava muito distraído a incitar os Serviços de Cobrança a descobrir as outras para as obrigar a ficar ao léu.
Só que fez tanto barulho à procura das dívidas que acabou por se lhe ver o que ele tinha escondido: uma dívida e um Ministro que não se sabia que existia, mesmo quando tutela a televisão.
Ora tendo sido descoberta, o país ficou prejudicado na exato montante da dívida. Tem razão o ministro Maduro.