Sinto me mais só.
Falta-me aquele sorriso.
Uma companhia. A ânsia de o ler. “Todos irmãos”.
Falta-me a sua coragem. A sua gentileza e a sua bondade. A sua força serena e contagiante.
Num mundo de hipócritas cheios de ” valores”, como o dos vendilhões do Templo, falta-me a sua subversão de apelar ao fim das armas nucleares.
Falta-me a sua coragem, como a dos cristãos primitivos, de remar contra a maré.
Falta-me o exemplo de quem não queria ser exemplar, mas apenas a de um homem que trilhava o caminho da integridade.
Falta-me, num mundo de vénias aos mais poderosos, a audácia de estar com os pobres.
Falta-me a sua sabedoria de saber que vale mais a diplomacia que todas as guerras.
Falta-me, como comunista órfão e ateu, o mais católico dos católicos.
Guardo o que de bom deixou, mas a verdade é que me falta aquele sorriso. Um sorriso de um homem que fazia da fragilidade e de todos os frágeis a sua força.
E agora?
Partir com todos os pobres e com todos os trabalhadores de todo o mundo pelas avenidas do despertar dos corações humanos para um mundo mais justo, sem armas nucleares, sem guerras, um mundo onde sejamos “Tutti Fratelli”.
Falta-me o irmão Francisco.
Ficou o seu exemplo.
Texto muito bom e muito bonito. Só engrandece quem teve o talento e coragem de o escrever. Fica para memória futura. Parabéns.
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Ao “comunista órfão” o meu agradecimento por um texto que partilho inteiramente. Lá se foi um homem bom – dos que fazem sempre falta, em especial na febre guerreira em que vivemos.
ab
António Melo
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Gosto muito! Abraço. Luciano
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