MARK RUTTE

Um caixeiro cangalheiro é só um caixeiro cangalheiro

O senhor Mark Rutte é um respeitável cidadão neerlandês. Foi primeiro-ministro e não é conhecido se andava de bicicleta nas ruas que circundam os canais de Amesterdão. Nem se passava pelas ruas onde há mulheres expostas que, de acordo com os bons princípios morais luteranos, um dia serão comidas pelas chamas do inferno depois de serem consumidas pelos seus frequentadores nas zonas red light.

São os bons negócios dos bons burgueses que tranquilamente nas suas moradias cheias de rendinhas nas janelas aguardam a engorda das contas e a chamada final para o Céu dos homens de bem.

Mark Rutte é o Secretário-Geral da OTAN, seu funcionário e corre os quatro cantos do mundo a propagandear o que o patrão da OTAN, os EUA, manda.

Não exerce qualquer cargo cuja representação provenha de uma legitimidade eleitoral. É um cargo para o qual os EUA têm o poder da decisão.

É uma espécie de caixeiro-viajante que vai de Helsínquia a Lisboa e a Istambul a vender gastos em armamento. Como se sabe, a União Europeia não tem capacidade para produzir em grande escala armamento, como se está vendo na guerra da Ucrânia. O senhor Rutte, a mando do senhor Donal Trump, anda de capital em capital a tentar impor a compra aos EUA do armamento que a UE não produz para MAGA( Make America Great Again), ameaçando deixar a UE sem chapéu.

Convém ter presente que em tempos houve um outro neerlandês que descobriu que os portugueses gastavam demais por causa das despesas em copos e mulheres. Esta costela luterana do pecado com as mulheres e copos rescende a pura hipocrisia.

O senhor Rutte chegou a Lisboa no início da semana. Foi recebido pelas mais altas instâncias do Reino onde reina o Presidente Marcelo e o senhor Montenegro. Bom caixeiro logo apontou o dedo aos bombardeiros e aos submarinos russos, coisa que o senhor almirante Melo, quase Presidente, já avistara por baixo da Gronelândia e dera o alarme do que mais importante que os gastos sociais eram os gastos com a compra de armamento.

O senhor Rutte fez-me lembrar a gloriosa luta dos estudantes da Academia de Coimbra em 1969 contra a bruta, cruel e estúpida ditadura fascista. A certa altura os Ministros da Educação e do Interior resolveram divulgar uma nota chamando a atenção para os agitadores estrangeiros que a soldo de Moscovo dirigiam a rebelião…E logo a poderosa imaginação juvenil divulgou os agentes escondidos nas sargetas das ruas a dirigir a rebelião.

Sessenta e cinco anos depois veio a Lisboa o senhor Rutte, bom caixeiro de venda de armas, anunciar a passagem dos bombardeiros e dos submarinos imaginários, nunca os verdadeiros cargueiros com armas para o carniceiro de Gaza, e assim carregar no aumento de compras aos EUA.

Curiosamente Montenegro respondeu ao cangalheiro da indústria da morte que as despesas sociais não poderiam ser cortadas ao contrário do que dissera o senhor almirante. Se for para cumprir, Portugal não se deixará governar por um homem que nada mais é que um alto funcionário da OTAN. Merecendo Montenegro uma chapelada.

Um pensamento sobre “MARK RUTTE

Deixe um comentário