A guerra na Ucrânia e o caminho para a paz negociando

Uma das maiores mentiras da História foi engendrada nos EUA com apoio do Reino Unido, da Espanha e dos mandarins de Lisboa que ofereceram os Açores para a grande vergonha nacional e o embuste mundial.

George W. Bush, republicano, Tony Blair, trabalhista da Internacional Socialista, Aznar, conservador do PP espanhol, Durão barroso e Paulo Portas da defunta AD, agora ressuscitada, mentiram ao mundo, bem sabendo que mentiam. O importante era destruir o Iraque, tirando Saddam Hussein do poder. Ilegalmente. São responsáveis por centenas de milhar de mortos e feridos, mais de 500 000. Se houvesse justiça, já tinham sido julgados. Estes valores ditos ocidentais tresandam a petróleo.

Agora, depois da invasão russa da Ucrânia, os EUA, a OTAN e a UE, em coligação declararam que a única saída era derrotar estrategicamente a Rússia. Nem podiam ouvir falar de negociações. Era para eles como o diabo ouvir falar da cruz. Mais – amaldiçoavam quem falasse de paz. O Papa era difícil amaldiçoá-lo, mas Erdogan, Lula, Ramaposa, Modri, XiJiping, entre outros, foram-no pela Santíssima Trindade capitaneada pelo incapaz Biden, a estrepitosa capitã alemã, Ursula von Der Leyen e o inenarrável Stoltenberg, o jardineiro espanhol e até António Costa.

Nesta senda, houve até um ministro do anterior governo que se prestou ao ridículo de garantir que se Putin viesse de férias a Portugal seria detido.  

Neste tempo de delírio juraram a pés juntos que a Rússia tinha de ser derrotada e sê-lo-ia.

Era o tempo das constantes invenções a preços de tostões. Algumas: Os russos tinham espingardas do tempo da 1ª guerra mundial, mas não tinham botas que chegassem; passavam fome ou comiam carne de cão; iam ficar sem frigoríficos para terem chips para os mísseis; Putin tinha cancro terminal; faltavam-lhe mísseis e drones…

Damas e cavalheiros ufanos desfilavam nos media dando-nos conta que a derrota da Rússia chegaria em breve. Todos os quadrantes ideológicos das direitas, socialistas, social-democratas, conservadores, liberais e outros que tais numa Santa Aliança asseguravam a derrota da Rússia. Até um novo belicismo feminista se criou com as senhoras primeiro-ministro da Dinamarca e da Finlândia, a MNE da Alemanha Annalena Baerbock, a nova Alto Representante para os Negócios Estrangeiros Kaya Kalla, a maltesa Roberta Metsola, Presidente do Parlamento Europeu, e naturalmente a candidata frustrada a Secretário-Geral da NATO, a senhora Ursula.

Junte-se-lhes Nuno Melo e o senhor Almirante Gouveia e Melo que embora almirante se prepara para outros voos e a mistura é de relevo; aliás o senhor almirante andou a ver debaixo do gelo, na Gronelândia, por onde andavam os russos a tiritar de frio..

Às dezenas, nos ecrãs das várias televisões, dia e noite, comentadores com ar sisudo declaravam as estonteantes vitórias da NATO/EUA/UE. Se se recordam, à Ucrânia só faltavam os tanques XPTO, depois os F16, depois os mísseis de longo alcance e depois as minas antipessoais e depois a entrada das botas da NATO na Ucrânia e depois, depois.

Quem não alinhasse nestas verdades indesmentíveis por serem ocidentais e cheiinhas de valores estava ao serviço do grande Diabo de Moscovo.

O Ocidente é o novo Notário dos valores liberais, a quem devemos tudo o que somos e o que não somos. Graças ao Ocidente, Benjamin Netanyahu pode continuar o edificante genocídio dos palestinianos na Faixa de Gaza e depois na Cisjordânia. Já antes a NATO bombardeara a Líbia para se apoderar dos valores do petróleo. Mais tarde contra o direito internacional forjaram a independência do Kosovo para enfraquecer a Sérvia e para tanto levaram a cabo 78 dias de bombardeamentos altamente misericordiosos como são os da NATO com urânio empobrecido.

É este Ocidente que, sem o menor pingo de vergonha, que prega o belicismo como forma de vida. Isto porque vêm aí os russos: eles com um território de17 milhões de quilómetros quadrados desde o Ártico ao Extremo-Oriente com os seus 145 milhões de habitantes não têm território que chegue…Não lhes chega. A Rússia precisa da Finlândia a quem Lenine por referendum reconheceu a independência. E querem chegar a Lisboa e tomar este quadradinho. E a Malta. E a Alemanha. Tudo com 145 milhões…contra mais de 500 milhões…é obra…só o demónio.

E andam as pessoas pelas ruas num estado de inércia, passivas, anestesiadas a olharem os heróis da bola e os famosos, e os governantes a pregarem os cortes sociais para empobrecer as populações e a engordarem os donos das fábricas da morte.

E se repararmos os povos e as próprias elites fecharam-se de tal modo que não há qualquer movimento a defender a paz na Ucrânia. Tudo zombie. A fazer de conta que não é connosco, mas é.

Se repararem a narrativa destrambelhada da derrota da Rússia mantém-se. Quase ninguém fala de paz.  A paz é uma subversão da doutrina oficial ocidental.

E, no entanto, o mundo, o tal resto, move-se e manda o Ocidente às urtigas e compra e vende com a Rússia o que lhe interessa. Até a UE já compra petróleo e gás à Rússia.

As mais de 17 mil sanções aplicadas à Rússia deixaram a Alemanha, o Reino Unido, a França e a UE em recessão e a impor aos povos a inflação e cortes no nível de vida.

Os dirigentes da UE afirmam-se de cócoras diante dos EUA. Já desistiram da Europa. Já abandonaram o sonho de termos na Europa uma política de paz e cooperação dos Urais ao cabo Raso, sem que nenhum país se sinta ameaçado, pois a segurança de todos depende da segurança de cada um.

A Europa está em decadência. Fecha os olhos ao carniceiro de Telavive e atira fogo para o conflito na Ucrânia. Até a insignificância do Reino Unido se agiganta com um nível de vida a recuar para os anos 50 do século passado, tal o caminho neoliberal dos Tories e dos Trabalhistas. O RU é hoje irrelevante. Vive da City e dos pechisbeques em torno da família real e irreal.

O neoliberalismo precisa de matar a esperança no nosso futuro comum. Tatcher negava a existência das sociedades. Só havia indivíduos, dizia. O narcisismo e a passividade passaram a ser uma estranha forma de vida. Falta a faísca que trará o sentido da vida aos indivíduos e às sociedades onde estamos irmanados. A guerra mata. A paz salva. A guerra dá triliões aos donos da morte. A paz traz cultura e felicidade.  Pela paz é o caminho.

3 pensamentos sobre “A guerra na Ucrânia e o caminho para a paz negociando

  1. Hugo Bertini's avatar Hugo Bertini

    E que tipo de ventos virão do novo administrador dos EUA? Será que cumprirá as promessas de pegar num telemóvel vermelho para virar o bico ao prego do incendiarismo EUA na casa dos outros? Tomara! Como será que vai implementar a aludida saída dos EUA, para fora, da NATO, essa organização de paz cujo principal objectivo seria evitar a 3a guerra mundial e, não propriamente, agendá-la es estimulá-la?

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