Nas visitas a monumentos, museus, designadamente nos países com uma História relevante para toda a Humanidade, há multidões de gente que à procura do “famosismo” e do exibicionismo invade monumentos, museus e exposições com o fito de se fazer notar ao lado da pintura, da estátua ou do que seja. A obra de arte vale menos que a carantonha da selfie.
A imensíssima maioria diz-se religiosa, mas nada lhe interessa a razão do martírio de homens e mulheres que pagaram com torturas e a própria vida a liberdade de serem livres, face ao império romano. A espiritualidade de uma catedral não entra no smartphone ou no android. As cores de uma pintura são meras cores, como todas as cores. Meras cores.
Como cristãos nada lhes interessa a história do cristianismo. São batizados, batizam os filhos e casam pela igreja porque é mais fixe. Quando o padre cita São Paulo, dando nota que a mulher é serva de seu marido fazem que não ouvem, mesmo as “servas”.
Nem lhes interessa saber a razão que levou Galileu ao tribunal da Inquisição. Nem quem foi Leonardo da Vinci, nem Caravagio, nem Botticelli. O que lhes interessa é mostrar a selfie a segurar com as mãos a torre de Pisa.
No caso, em Siena, Florença, Pisa, Vinci, ou outra cidade da Toscânia ou de outra região num país cheio de História, os bárbaros voltaram para espalhar o “bronquismo”. Publicada a selfie morre o interesse pelo que afinal não viram. A beleza do que veem, não veem. Já tinham ouvido falar. Os famosos mortos não valem tanto como os famosos vivos.

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Talvez demasiado admoestador.
Voltar ao tempo dos patrício e plebeus?
O Circo de Roma sempre existiu e os estádios, de futebol ou equestres, igualmente.
Ligeiramente altaneiro, na minha leitura
Boas passeatas pela Toscânia e um belo Chianti ao fim da tarde, branco ou tinto,
Que viva Sangiovese!
ab
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Talvez tenha razão. Pensei se estava a ser demasiado intelectual. E pensei. De todos os modos há uma diferença entre os broncos e o povo. Uma opinião. Obrigado pelo comentário
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Boa crónica cultural. A Itália respira cultura por todo o lado. Mas a invasão dos novos bárbaros, mais ou menos endinheirados e mais ou menos incultos, adquire uma visibilidade inaudita, o espírito bronco campeia de selfie em selfie na autopromoção de um egoísmo bacoco, a indústria do turismo absorve tudo desde que os preços estipulados sejam cumpridos…o resto é espiritualidade mais ou menos supersticiosa, cada um tem a que tem ou não tem e não interessa senão a cada um…sic transit gloria mundi hodie… em todo o lado e na Toscânia com esta segunda, agora bárbara, globalização, pois a primeira globalização desta região italiana foi quando a “lingua toscana in bocca romana” se tornou universal e não só na música… Luciano Caetano da Rosa
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Grande abraço Luciano amico
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ABRAÇO DE MYTILINI, LESBOS, GRÉCIA, de visita à minha família grega, irmã, sobrinhos e sobrinhos-netos. L.C. d.R.( Luciano Conselho da Revolução)
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