A liderança

Haverá quem pense que o futebol é só alienação e não seja capaz de compreender o enraizamento profundo na vida popular. A simplicidade do jogo é uma das principais razões da adesão popular. É a sua simplicidade contagiante que leva os miúdos a jogarem e os graúdos a regalem-se com as jogadas do fim do mundo. Naturalmente que a hiperindustrialização e os mais escuros negócios abalam a relação com a comunidade.

Mesmo sem essa nova variante já era há 60, 70, 80 anos o desporto rei, e era aquele que as crianças queriam praticar e virem a ser como os seus ídolos.

Vem isto a propósito do clássico disputado ontem entre o Porto e o Benfica. Já foram escritos comentários e análises teóricas sobre o apagamento da equipa da Luz.

Eu queria, pelo lado da liderança, referir outro ângulo, muito mais presente em quem jogou futebol e que é o seguinte.

Acontecia muitas vezes ainda as equipas estavam à espera do apito e sentia-se no outro uma disponibilidade que impunha respeito. Repito, ainda a bola não tinha começado a rolar, era apenas algo que sobressaía na disponibilidade física e mental. Sentia-se aquela galhardia, uma espécie de concentração/confiança.

Esse lado “oculto” em parte “condicionava ” o adversário. E mal o jogo começava se aquele primeiro felling correspondia à determinação de dar tudo, então esse lado subjetivo transformava-se numa imensa objetividade que realmente condicionava o outro.

Se viram o jogo entre o Porto e o Benfica saberão daquilo a que me quero referir – à disponibilidade mental e física para impedir o outro de ser o que é e passar a ser o que a outra equipa quer que seja. Questão de liderança.

Um pensamento sobre “A liderança

Deixe uma Resposta

Preencha os seus detalhes abaixo ou clique num ícone para iniciar sessão:

Logótipo da WordPress.com

Está a comentar usando a sua conta WordPress.com Terminar Sessão /  Alterar )

Facebook photo

Está a comentar usando a sua conta Facebook Terminar Sessão /  Alterar )

Connecting to %s