
Esta é a flor da cicuta. Muitos poucos gramas são suficientes para causarem a morte. A cicuta talvez não passasse de uma simples planta venenosa, entre tantas, se um gigante da História não tivesse ingerido uma tisana desta planta.
Platão, um admirador de Sócrates escreveu após a sua morte publicou uma obra “O elogio de Sócrates” onde dá conta que após o injusto julgamento de Sócrates, acusado de perverter a juventude por afirmar que os Deuses podiam estar em todo o lado, inclusive no subsolo, foi condenado à morte por não se retratar.
Antes da execução Críton, seu seguidor e adepto, com apoios internos na cadeia, chegou a Sócrates com a missão de o retirar do presídio e impedir a a morte do filósofo, fazendo-lhe ver entre tantos assuntos que deixava três filhos para educar.
Sócrates recusou abandonar a sua cidade- Atenas- na qual sempre viveu e onde se tornou conhecido devido à sua estranha forma de vida e de filosofar.
Disse ele, segundo Platão “… Parece-te possível que um Estado subsista e não seja derrubado quando as decisões dos tribunais não têm força e se vêm desrespeitadas…se deixares esta vida agora, morrerás vítima de uma injustiça. Se te evadires assim vergonhosamente respondendo à injustiça com outra, e ao mal com o mal e violas os teus compromissos…”
Sócrates nunca tinha saído de Atenas salvo para participar na guerra. Era ateniense de corpo e alma . Participou na feitura das leis da cidade e entre fugir e cumprir a sentença disse…Qual de nós terá melhor sorte, ninguém sabe a não ser a divindade… O filósofo enganou-se. Fomos nós que ganhamos com a coragem exemplar de Sócrates. A sua força dá-nos força, mesmo a quem não sabe quem foi Sócrates e a razão pela qual foi julgado e cumpriu a sentença. E deu fama à cicuta.