Quando a Rússia invadiu a Ucrânia os governantes, a inteligentsia e os media ocidentais cerraram fileiras em torno da inevitabilidade da derrota russa e, como tal, a negociação seria após a rendição russa. Todos os dirigentes eurocratas, estadunidenses, atlantistas da NATO anunciaram a derrota iminente da Rússia, todos e mais alguns. Ou seja, a guerra foi travada entre o Ocidente alargado e a Rússia com o sangue ucraniano porque Zelenski e Cª acreditava que a derrota da Rússia daria à Ucrânia um novo e poderoso estatuto da Ucrânia na NATO e na Europa.
Os socialistas, liberais, populares, conservadores e alguns verdes anunciaram a uma só voz a derrota da Rússia. Forjou-se um partido único da derrota estratégica da Rússia. Desde a Escandinávia até à Grécia. Quem destoasse era acusado de ser serventuário de Putin. Aqui e em qualquer, como diz a canção.
A cegueira atingiu tais proporções que a senhora alemã que foi posta à frente da Comissão afirmou que a Rússia ia deixar de ter frigoríficos porque precisava dos chipes para os mísseis … e o senhor socialista espanhol colocado à frente da política externa europeia considerou a UE um jardim e o resto do mundo a selva. Para produzir semelhantes declarações dá para imaginar o descontrolo mental ideológico dos que estão à frente da eurocracia.
É gente desligada dos povos e países respetivos e que ali está ao serviço do neoliberalismo e que pretende fazer da UE um porta-aviões dos EUA tanto em termos económicos como militares.
Gente incapaz de ver para além dos vidros dos edifícios da grande burocracia europeia e que tenta prolongar a todo o custo o seu poder e sobretudo os seus proveitos, nada despiciendos. Gente sem alma, de lustro artificial perdida no choque entre as realidades dos povos e das nações e o mundo da financeirização, entre a vida dos povos de que perderam o contacto e as metas das grandes corporações desejosas de abocanhar o que cada país tem de interessante no plano da rentabilidade. Vivem ao rés da uma cegueira paralisante que os faz gritar a mesma coisa a toda a hora para receberam mais de quem lhes exige comprar mais armas e mais produtos estratégicos ao outro lado do Oceano.
A cegueira atingiu tal ponto que não são capazes de ver que se a Rússia não foi derrotada militarmente na Ucrânia pelos EUA/NATO/UE não o irá ser apenas pela UE, pois os EUA ao retirarem-se deixam a UE e Zelenski a falar sozinhos e a receber milhares de milhões de armas compradas e pagas pelos europeus…
Se esta cegueira não for interrompida pela rebelião dos povos fartos de Macron, Starmer, Merz, Meloni que têm dinheiro a rodos para armas à custa da saúde, das pensões e de infernizar a vida de todos os que vivem do seu trabalho, então a UE caminhará para o desastre total na medida em que os seus dirigentes deixaram de defender os interesses das nações e dos povos europeus e passaram a defender os interesses das grandes corporações financeiras estabelecidas em todo o lado para cobrar mais lucros e esmifrar a desgraça de um continente que há décadas se apresentava ao mundo como algo interessante e digno quanto aos direitos humanos.
Quando Trump teve consciência que a guerra na Ucrânia escalava para um conflito mundial ou se abria um processo negocial, os dirigentes da UE, perdidos na sua solidão ideológica, não revelaram a coragem de encabeçar e liderar o processo negocial enquanto europeus onde se trava a guerra e entraram no processo para o minar e subverter inventando pretextos ridículos e fora do teatro das operações chegando ao ridículo de Macron fazer de gauleiter , esquecendo que Napoleão foi derrotado em Moscovo e não em Paris.
Até um fulano como Trump é capaz de ver o que este conjunto de idiotas não é capaz de ver, prestando-se ao degradante espetáculo de os pôr sentadinhos de cada lado da mesa e chamando cada um a dizer ao senhor mestre escola o que ele gostaria de ouvir, sobressaindo o caixeiro viajante de seu nome Mark Rute que disse ao mestre que os sapatos de Trump eram os mais lindos do mundo e Macron fez rir o mundo ao ameaçar enviar tropas na tal coligação de voluntários que como toda a gente sabe não tem capacidade para mandar um cego tocar um bandolim em Kiev. Os conselheiros de Macron ainda não lhe fizera o ponto sobre as invasões napoleónicas.
Esta trupe perdeu o pé e gravita fora do tempo. Parou e não percebeu ainda que o tempo novo é outro. Vive no passado enquanto nações inteiras na Ásia e noutras partes avançam a UE vive do que já não é.
O realismo de Trump não é compreendido pelo mundo surreal de Ursula, Kallas e Cª. Preferiam que Trump fizesse o que ele sente que não pode fazer. Na verdade, tem os norte-americanos à perna, estes dirigentes europeus têm à perna o pavor de perder as mordomias. É triste que a UE tenha esta estirpe à sua frente. Pertencem a secções diferentes do mesmo partido europeu, o partido dos interesseiros, o partido dos cegos pelo pavor de perder os seus privilégios. A UE é para esta gente um palco cheio de regalias.
Ademais, estão a conduzir a UE ao abismo. Os povos não se sentem representados por estes burocratas. O projeto neoliberal extirpou-lhes a alma. Ficou-lhes o mealheiro e a vaidade de serem o que julgam ser e não são.
Em Washington no dia 18, tal como no campo de golf de Trump na Escócia, a senhora Ursula e Cª mostraram o quão insignificantes são e face a um sujeito nada recomendável mendigaram o que ele nunca lhes dará porque um capacho serve para ele limpar a sola dos sapatos. Mais nada.
Há que abrir os olhos, varrê-los e substituir porque quem ame a Europa, as suas nações, os seus povos, a sua cultura e não viva fechado em jardins de eurocratas.
A Europa precisa de uma política de paz e de segurança para todos os países. É essa política que é preciso buscar com outra gente com coluna vertebral. Talvez se tenha aberto um processo de paz em Ancorage no Alasca. Isso atemoriza os que querem a guerra para se safarem.
Subscrevo, infelizmente não vejo candidatos credíveis para substituir a “corja”, como Rafael Bordallo Pinheiro teria caraterizados a trupe que foi a Washington.
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