Um Miguel de Vasconcelos de saias, Mariana Leitão da IL

Portugal, ao longo da sua História, foi enfrentando diversos inimigos. Naturalmente por se localizar na Europa, enquanto território organizado em Estado, foram sempre europeus, sendo o maior deles, Castela.

Os franceses também nos quiseram pôr na ordem e ao serviço do Imperador Napoleão.

Os ingleses, mais sofisticados, por via do comércio, Tratado Methuen, 1703, e do monumental roubo do chamado Mapa Cor de Rosa ( a ligação do Atlântico ao Índico) por via do ultimato da Inglaterra em 1890.

A frugal Holanda, hoje Países Baixos, conseguiu sacar-nos Malaca, mas sucumbiu em Angola e no Brasil. Tudo boa gente de valores e muitos liberais.

Há dois Portugais em Portugal. Um valente. Outro que se instala por dentro e é o Portugal do estrangeirismo, do que rasteja para ganhar força fora para se impor contra o próprio povo. É o Portugal da burguesia rentista, dos negócios ao cair da untadela ou do facilitador, da “modernidade” que se divide entre o Solar dos Presuntos, o Eleven ou o Avilez. Entre Cascias/Estoril e certas praias do Algarve. Estamostãobem, numestamos?

Mariana Leitão veio agora obnubilada pelo esplendor da motosserra de Milei, o antizurzo, proclamar que a IL quer que o Governador do BP seja escolhido por um concurso internacional.

Como toda a gente sabe de tal concurso só sairia alguém que agradasse aos júris, tudo gente qualificada nas mais altas instâncias das finanças e como tal lá seria escolhido homem/mulher a gosto do Black Rock, Goldman Sachs, e outros que tais.

Não viria para defender interesses portugueses ou até da banca portuguesa (por onde anda?) mas a dos mercados. Ou seja, o tal júri escolheria um altíssimo sacerdote pago a preço de ouro para fazer a política dos mercados, onde o país conta pouco.

Só é possível que tal aconteça num país que se habituou e o habituaram a viver de mão estendida. Como se alguém por essa Europa fora fosse dar a Portugal o que ele não produzir. Cavaco foi o primeiro a vender a marinha mercante, a indústria naval, a agricultura por uns tantos milhões de euros que se derretera em jipes e negociatas, tendo sido necessário tipificar um novo crime, desvio de subsídio.

Por sinal, os cheganos nunca falam destes subsídios que enchem alguns dos seus financiadores. Falam dos subsídios de tuta e meio para os desgraçados que na vida inteira não passarão de migalhas ao pé daqueles que enchem carrinhas de dinheiro.

A razão de um estrangeiro à frente do BP era ter uma espécie de sátrapa dos mercados. Bem pago, comme il faut.   

Há pelo país inteiro quem pense que estar no chamado clube dos ricos dá riqueza e gosta de se sentir o que não é. É um fenómeno explicado na psicologia social.

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