Na Faixa de Gaza morre-se de fome e de sede por ordem de um serial killer

O inferno nem sempre existiu. Talvez tenha dez séculos da nossa Era. Mas essa invenção de sofrimentos atrozes perpetrado pelos demónios contra a alma dos mortos, se bem que seja difícil imaginar as almas a sofrerem torturas do fogo e similares (dada a sua imaterialidade), já existia em muitos locais da Terra. Os escravos, os servos da gleba, os desgraçados padecentes de doenças que os tornavam incapazes, os que viviam de quase nada e sofriam de quase tudo. Os infinitamente pobres que morriam de fome. Como hoje se morre em Gaza.

A céu aberto, na Faixa de Gaza, o país que diz ser o escolhido de Jeová reuniu todas as maiores maldades do mundo, aquelas que pensávamos inexistirem, e de regresso à Idade das Trevas, à idade da força bruta, implacável, traiçoeira, covarde e vergonhosa cercou aquele território, obrigando os seu habitantes a deslocarem-se de um lado para o outro, sendo metralhados do céu e de todos os lados pelo mais poderoso exército da região há quase dois anos. E continuam a metralhar.

Depois de bombardearem hospitais, escolas, mesquitas, pelo menos uma igreja, habitações e já quase tudo se ter desmoronado, Netanyahu, o tresloucado, impõe aos palestinianos de Gaza a fome e a sede. Isto é, o extermínio dos habitantes de Gaza. Netanyahu é em linguagem de foro criminal um serial killer, a sua sede de sangue é inesgotável.

 As imagens chocantes de crianças esqueléticas e de disparos à queima roupa sobre quem corre para obter alimentos em recintos e filas controlados pelos israelitas não têm no mundo que vivemos a explosão de repúdio que se justificava.

Qual foi o crime cometido por estas dezenas de milhares de mortos? Serem palestinianos. Viverem em Gaza há milénios. Assistiram à chegada de fenícios, romanos, árabes, turcos, europeus. Ali viveram até serem corridos na ponta das baionetas pelos dirigentes sionistas de Israel com o total apoio ocidental. Milhões foram forçados a partir a famigerada NAKBA. Alguns milhões ficaram.  É a estes que Netanyahu quer exterminar. E toda vingança é ignominiosa, mas o massacre de inocentes por ordens de Netanyahu e seus parceiros é ainda mais aviltante. Fere-nos a todos. Faz-nos macambúzios. Revolta-nos.

Olhamos em redor de nós e que vemos? No mundo fechado dos dirigentes da UE os sorrisos de apoio ao carniceiro de Telavive que está a fazer o trabalho sujo da UE, segundo Merz, o homem com currículo  na Black Rock; o fugitivo de da justiça israelita, o amigo Trump, que se o deixassem fazia de Gaza um resort sobre as ossadas e o sangue do povo palestiniano.  

Os nossos olhos e os nossos ouvidos parecem estar fechados para o extermínio palestiniano, talvez de tão preocupado estarem com o destino do Estádio da Luz ou da assinatura do contrato de Cristiano Ronaldo ou do namoro de uma atriz portuguesa com um corredor da Fórmula1… Depois o que passa na televisão é uma guerra, só que a guerra é entre ocupantes e ocupados. Veja-se a diferença com a Ucrânia. Não se toca em Israel…é o cão de fila dos interesses ocidentais, faz o trabalho sujo…

Posso estar enganado, mas há aqui uma perda do mínimo de lucidez. Várias personalidades, ao longo de vários séculos, ensinaram-nos que pode enganar-se muita gente durante muito tempo, mas é impossível enganar toda a gente todo tempo.

Aqui bate o ponto, até onde irá esta espécie de letargia dos povos ocidentais para aguentar este extermínio?

Se Netanyahu entregasse a Trump numa bandeja as últimas cabeças dos palestinianos de Gaza, então seria verdade que os monstros tinham vencido e que o mundo resvalaria em direção ao ponto negro onde deve estar a morte.

Sim, se a morte de tantas crianças, mulheres e velhos palestinianos já não nos choca, que podemos merecer? Já não seremos humanos, talvez semáforos que acendemos e apagamos, como os telemóveis.

Os sentimentos fizeram de nós humanos; a falta de sentimentos far-nos-á desumanos. Qual o caminho? O grito de Viva la Muerte está ao rés das nossas cabeças. Então…

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