O Presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou no dia 17 de junho, no regresso do Canadá (país por si cobiçado e ameaçado) que o líder supremo da República do Irão se não se render poderá ser morto.
Simultaneamente o Ministro da Defesa de Israel declarou que Ali Kamenei seria enforcado como Saddam Hussein.
Estas declarações são de dois lídimos representantes da chamada civilização ocidental prenhe de valores liberais e democráticos.
A sua linguagem, desencantada dos fundos dos tempos medievais ou mais antigos, voltam a ecoar em 2025, em junho.
São as duas lanças mais afiadas do Ocidente. Atrás delas colocam-se certos dirigentes europeus, gente da estirpe de um “trabalhista” como Starmer, de um liberal/centrista/banqueiro como Macron, de um conservador como Merz e tutti quanti (até o “nosso” Costa) cheios de valores liberais que justificam guerras e guerras. É espantoso que esta Europa da UE se curve diante de semelhantes personagens. Que se passará dentro da cabeça destes homens para seguirem pelo caminho que perseguem indiferentes ao futuro? O que os move? Macbeth a certa altura queria voltar para trás e a sua mulher impeliu-o para os crimes para tapar crimes. Aqui não se descortinam sinais de distanciamento dos carniceiros.
Por cá, em horário nobre, a SIC Notícias plantou no ecrã um oficial do exército israelita a arengar como iam exterminar tudo e todos. Depois teve ajuda de uma senhora jovem de olhos muito abertos e professora universitária que nunca ouviu falar de mulheres na Arábia Saudita e bem sabia como ia acabar o regime teocrático, sem conhecer provavelmente que os religiosos em Israel por causa da teocracia não fazem serviço militar…
Em Israel, em nome do Velho e Novo Testamento, o supremo defensor do Bem, o anjo dos anjos, o exterminador de palestinianos à fome e sede e à metralha, na sua loucura messiânica para fugir à justiça dos homens, avança com o seu outro amigo evangélico, Trump, para lançar um dilúvio de fogo, antecipando o Apocalipse do Irão.
Estes dois homens desprezam todas as regras do direito internacional. Nas suas vidas não há uma gota de bondade ou de compaixão. Estão unidos pela perfídia, pela impostura e pela maldade. Ameaçar brutalmente, fazer sofrer, matar, aniquilar, bombardear, esmagar é o seu restrito vocabulário.
As suas vidas devem ser labirintos sinistros com pesadelos terríveis acerca do que fazer aos que consideram ser seus inimigos. Parecem saídos de um mundo de serial Killers.
Talvez, no futuro, haja medo de lhes apertar a mão. Nunca se sabe que veneno invisível pode lá estar.
Se este dueto tomar Teherão o mundo vai saber quem se segue na longa rota do poderio brutal da extrema-direita a caminho de ditaduras sem piedade para quem quer que se lhes oponha. O mundo está muito próximo de um negro manto de impiedade e de safadeza.
No future proclamavam os punks para justificar uma vida sem sentido que se propunham praticar enquanto a geopolítica não se humanizasse.
Temo que o Armagedão se aproxime com os financeiros a contar dinheiro e os políticos a matar.
O Triunfo da Morte de Bruegel aproxima-se como se fosse uma inevitabilidade – pela mão das teocracias…
GostarGostar