Que Trio nos Liberais

Marques Mendes, Francisco, Assis e Sérgio Sousa Pinto tiraram o bilhete para ir falar aos 150 jovens liberais reunidos no Estádio Nacional tal era a imponência do acontecimento.

Pelos vistos, partindo do que os media deram notícia, estiveram de acordo que há Estado a mais. Nenhum disse onde havia Estado a mais, o que leva a pensar no estado de espírito que tomou posse destes oradores na plateia juvenil.

Marques Mendes desempoeirado, no meio dos liberais, com todo estrondo descobriu algo que até hoje nenhum pensador tinha atingido – é preciso ambição e coragem (não se sabendo se era o seu inconsciente em luta com o subconsciente no que toca a uma certa eleição).

Na verdade, sem coragem e sem ambição o que pode fazer um político? Talvez dedicar-se ao futebol… Mas isso não era para ali chamado. Marques Mendes acrescentou – agir, decidir, reformar. Extraordinário. Nunca até hoje se aglutinara num só homem tanta sapiência, pela simples razão que até hoje ao cabo destes 50 anos ninguém teve coragem, nem agiu, nem decidiu, nem reformou, nem ele, quando foi Ministro e Presidente do PSD.

Mas as pérolas continuaram num arranque notável de profundidade máxima, o país precisa de crescer. Que se saiba até hoje nunca nenhum político o tinha dito, nem o homem que ele substituiu no comentário aos domingos.

Com estes acometimentos que tinha para dizer o dirigente do PS, Francisco Assis, que lhe desse o relevo que justificasse a sua presença no conclave? O socialismo democrático exige prosperidade como na Suécia. Por cá, escrevo eu, 1 em 3 portugueses é pobre, donde socialismo tem de esperar pela maior concentração de riqueza para daqui a várias décadas, então sim a distribuição começar a fazer-se a sério.

Por acaso, a riqueza e prosperidade da Suécia foi feita também com base num setor público forte a seguir à 2ª guerra mundial e na distribuição de rendimentos a partir da riqueza criada pelo setor privado, público, cooperativo e até misto. Foi essa política que levou os escandinavos a serem hoje os países com melhor nível de vida. É dos cânones social-democratas, ou Olof Palm era bolchevista?

Como se sabe em Portugal a imensa maioria da população empobrece e uma ínfima minoria torna-se cada vez mais rica porque exatamente o Estado lhe proporciona essa possibilidade.

Há cerca de 10 anos os bancos foram ao charco e que fez o Estado? Sacou o dinheiro privado dos cidadãos e entregou-o aos banqueiros que hoje se apresentam como grandes gestores. Louvada seja a coragem de Marques Mendes que em relação ao BES garantiu na tv onde comenta que esse banco estava mais que seguro.

Pelos vistos, não interessa a falta de riqueza para a sacar aos cidadãos e entregá-la singelamente àqueles que todos os meses sobem ufanos a taxas de juros para continuarem a guardar os lucros cheios de ambição e coragem.

Deve ser, por isso, que outra alta figura do PS foi tomar a palavra no Encontro de 150 jovens liberais para clamar contra o excesso de Estado, sem que os media apresentem onde há excesso de Estado, eventualmente porque Sousa Pinto achava que ali o que caía bem era o excesso de Estado.

Que bem andam os nossos socialistas e o nosso social-democrata. Qualquer dia pedem para se considerarem simpatizantes, que é um estatuto com ambição e corajoso, pelo menos ficamos a saber de que é feita a ideologia de cada um.

E não se esquecem, quem realmente distribuiu o pouco que cada um tinha para chegar aos 24.000.000.000 foi o Estado para o entregar aos pobrezinhos e sem que a Isabel Jonet se tenha posto em campo a tempo.

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