O lado certo da História, 2ª parte

Quando um governo é eleito a partir de uma maioria obtida por sufrágio universal a sua razão de ser e o seu objetivo é a defesa da Constituição, (a lei das leis) do país, do povo e dos interesses nacionais. No fundo aqueles que ninguém mais defenderá a não ser os portugueses e as instituições que têm essa missão, independentemente de darem cumprimento a esse nobre desígnio.

O facto de participarmos na U.E., na NATO, ou em qualquer outra estrutura internacional, com mais ou menos parceiros, é absolutamente certo que continuam a existir no contexto internacional interesses próprios e únicos de Portugal e dos portugueses.

Os interesses portugueses podem defender-se melhor ou não nesta ou naquela aliança internacional, mas seguramente não se diluem na aliança ou bloco, tanto mais quanto todas as alianças têm quase sempre um parceiro preponderante, sendo até que no caso da NATO os EUA pretendem através dela impor a sua leadership no mundo, dado até hoje todos os governos estadunidenses desde o século vinte o afirmarem como sendo a sua missão.

O caso da Alemanha dentro da U.E. é também claro, atribui a si própria o papel de locomotiva e, aquando da crise financeira que determinou a vinda da troica ficou claro o papel suserano daquele país e os pesados sacrifícios impostos aos portugueses para salvar os bancos e banqueiros, alguns deles mais tarde descobertos como verdadeiros criminosos.

Quando se fala no Ocidente e nos chamados direitos é preciso que se diga que realmente no Ocidente, principalmente na Europa, foram sendo conquistados direitos que deviam ser património da Humanidade.

Mas a História não é linear e está cheia de contradições – na fundação da NATO entrou uma cruel ditadura que reprimia e oprimia o povo português e os povos das colónias. Aí os valores cederam, como cederam em tantas outras ocasiões, basta recordar a criminosa e brutal guerra colonial na Argélia ou na Indochina ou mais recentemente as invasões do Iraque, Líbia, Síria e os bombardeamentos da Jugoslávia.

Certamente que é necessário ter presente todos os interesses em jogo e as possíveis soluções mais ou menos favoráveis a Portugal, mas os interesses de Portugal são os de Portugal não são os da Austrália ou da França ou de outro país qualquer.

Os seus aliados viraram as costas a Portugal na sua luta pela independência de Timor e apoiaram quase até ao fim a guerra colonial.

No conflito militar que opõe a Ucrânia à invasão russa a nossa posição não tem de ser a da NATO ou da U.E., antes a que melhor defenda os portugueses e Portugal, desde que consentânea com o direto internacional, pois ao contrário do que afirmou o PR das Selfies a fronteira de Portugal é com Espanha e não passa de uma posição bacoca de tão vassala ao Big Brother  que envergonha não só quem a proferiu, como a própria imagem de Portugal. Um país com as Forças Armadas depauperadas e cada vez mais ao serviço dos interesses das grandes potências e das suas missões em África e por todo o mundo devia saber prestigiar-se na arena internacional e entre os povos do mundo.

Ao fazer de galo quando não passa, a esse nível, de um garnisé, dá sinais do seu destrambelhamento e até da total incapacidade para ser capaz de condecorar o homem que rivaliza com MRS no ecrã televisivo, nem que seja por causa dos Panama Papers.

Marcelo não defendeu os interesses portugueses nem Portugal, defendeu, isso sim, os interesses do Big Brother na sua cruzada para combater a Rússia até ao último ucraniano.

Em qualquer aliança que estejamos e sejamos obrigados ipso facto a defender o chefe da aliança não serve a Portugal.

Um pensamento sobre “O lado certo da História, 2ª parte

  1. Luciano Caetano da Rosa's avatar Luciano Caetano da Rosa

    Acho que cada dia que passa é um dia a mais de MRS na cadeira de Belém. Devia ir para casa e ficar sossegado. Tornou-se um PR de facção ao ir a Castelo de Vide e nem falo já da ordem que à força quer atribuir a quem até a recusa, assim desprestigiando Portugal sobremaneira.

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